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Vai-Vai: plástico infla o carnaval

Escola de Samba mostrará neste ano o lado bom - e o ruim - do produto

Por Agencia Estado
Atualização:

Naquele casebre velho do Bexiga, nos fundos da sempre viva Bela Vista, a placa pendurada na parede faz um apelo, quase uma convocação. É um chamado ecológico, mas quer dizer muito mais. Mais do que qualquer campanha engajada contra o efeito estufa ou qualquer outra ação de última hora para impedir o aquecimento global ou brecar o já cantado fim do mundo. O cartaz é claro: pede a doação de garrafas plásticas. O intuito é evidente: invoca a folia. Neste ano, em um desfile que falará sobre o plástico, o G.R.C.S.Escola de Samba Vai-Vai promete levar para o Sambódromo do Anhembi, Zona Norte, um carnaval reciclável. Com as mais de 70 mil garrafas pet recolhidas na comunidade - muitas arrecadadas graças ao empenho da dona da casa citada no início desta reportagem -, os carnavalescos montaram carros, fantasias e alegorias usando principalmente plástico. Reaproveitado. Mas também criaram alegorias montadas com carrinhos de brinquedo colorido e, até, carros alegóricos feitos com as embalagens de frios do supermercado, produto que normalmente acaba no lixo. A agremiação pretende mostrar como o plástico tem grande utilidade para o mundo, mas pode ser perigoso - quando vira entulho que polui mares, rios, córregos e demora anos para se decompor. O enredo se chama ´O 4º Reino, O Reino Do Absurdo´. Na viagem criativa da Vai-Vai, foi criado, depois do Reino Mineral, do Vegetal e do Animal, o Reino da Contradição. Seria este o responsável pela criação de coisas - no caso, o plástico - que não somente ajudam como também atrapalham o desenvolvimento da humanidade na Terra. No comando de tudo, está Chico Spinosa, carnavalesco tricampeão pela escola que, em 2006, trabalhava no Rio de Janeiro, preparando o Carnaval da Caprichosos de Pilares. A volta de Chico, o Chiquinho, também é considerada uma reciclagem. É sangue novo, apesar de já usado, que coroa uma nova diretoria que também tem a vontade de (re) oxigenar a Vai-Vai - quem sabe para levar desta vez o tão sonhado campeonato que perdeu em 2006.

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