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Vale e BHP terão fundo voluntário para recuperar Rio Doce

Presidente da mineradora brasileira afirma que as 'empresas de grande porte que quiserem participar serão bem-vindas'

Por Idiana Tomazelli e
Atualização:

RIO - O presidente da Vale, Murilo Ferreira, anunciou nesta sexta-feira, 27, que a mineradora brasileira e a anglo-australiana BHP Billinton, as duas donas da Samarco, criarão um fundo voluntário para a recuperação do Rio Doce, atingido pela lama despejada após o rompimento de duas barragens da Samarco, em Mariana, Minas Gerais.

"Vamos criar esse fundo voluntário dedicado à recuperação do Rio Doce", disse Ferreira, no Rio de Janeiro.

Muro da estação de trem da Vale em Governador Valadares, Minas Gerais, foi pichado Foto: Gabriela Biló/Estadão

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O valor do fundo, porém, ainda não está definido, explicou a diretora-executiva de Sustentabilidade, Vania Somavilla. "O objetivo é recuperar o rio, e isso tem de abranger questões como saneamento, mata ciliar, nascentes. É uma longa construção, mas o que queremos dizer é que vamos fazer agora", disse.

Segundo Ferreira, o fundo será auditado por grandes empresas internacionais e também está aberto a outras instituições e entidades que quiserem aderir de forma voluntária. Ferreira frisou que não há um modelo de participação a ser definido pela Vale.

"O fundo é voluntário, não é impositivo. Empresas de grande porte que quiserem participar e entidades internacionais serão bem-vindas", afirmou.

Na abertura, o presidente da Vale lamentou novamente o acidente, que deixou nove e dez desaparecidos. "É com alma triste e consternados que nós estamos aqui. Estamos preocupados com 5,2 mil funcionários que não sabem a respeito de seu futuro", disse.

Concorrentes. O executivo afirmou que a Samarco é concorrente da Vale e da BHP. Ferreira disse ainda que, por questões de governança, sequer havia visitado quaisquer operações da Samarco, em Minas Gerais ou no Espírito Santo.

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"Nunca fui ao escritório da Samarco em Belo Horizonte, nunca fui a uma operação da Samarco em Mariana. Foi minha primeira vez, infelizmente no meio dessa dor toda. Quando dizemos que não temos interferência direta sobre a Samarco, é porque não podemos", comentou o presidente da Vale.

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