Veja a repercussão política do caso Ágatha em tuítes

Caso reabriu debate sobre pacote anticrime e foi comentado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro, e pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes

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Por Redação
Atualização:

SÃO PAULO - A morte de Ágatha Vitória Sales Félix, menina de 8 anos atingida nas costas por um tiro de fuzil no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, desencadeou manifestações de personalidades e políticos nas redes sociais ao longo do final de semana. 

Ágatha estava em uma Kombi com o avô na noite de sexta-feira, 20, quando foi baleada.  A menina foi levada ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, no bairro da Penha, onde morreu na madrugada de sábado.

Moradores do Complexo do Alemão protestaram contra a morte de Ágatha Félix Foto: Leo Correa/AP Photo

A versão do governo do Estado é de que houve confronto no Complexo do Alemão e que policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Fazendinha revidaram a agressão de criminosos. O governo do Estado do Rio afirmou lamentar profundamente a morte de Ágatha, assim como a de todas as vítimas inocentes, durante ações policiais.

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Ao longo do fim de semana, o caso foi comentado nas redes sociais. Durante o sábado, a hashtag #ACulpaÉdoWitzel, que relaciona a morte da menina à política de segurança pública do governador Wilson Witzel (PSC), chegou a ser a mais comentada no Twitter.

O caso iniciou um embate entre o presidente da Câmara dos DeputadosRodrigo Maia (DEM-RJ), e o ministro da Justiça, Sérgio Moro, sobre o pacote anticrime, que prevê punição mais branda a policiais que cometam excessos no combate ao crime.

Neste domingo, 22, à tarde, Rodrigo Maia defendeu, no Twitter, “avaliação muito cuidadosa e criteriosa” sobre o “excludente de ilicitude” – item do pacote anticrime do governo Jair Bolsonaro enviado ao Congresso.

O projeto permite ao policial que age para prevenir suposta agressão ou risco de agressão a reféns a interpretação do ato como legítima defesa. Pela lei atual, o policial deve aguardar ameaça concreta ou o início do crime para atuar. 

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À noite, Moro rebateu no Twitter: “Não há nenhuma relação possível do fato com a proposta de legítima defesa constante no projeto anticrime”. Até o momento, Bolsonaro não se manifestou. 

Na publicação, o ministro compartilhou um comentário feito pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, o deputado federal Felipe Francischini (PSL-PR): "A morte da menina Ágatha é triste. No entanto, não se pode usar isso para prejudicar o debate sobre o Pacote Anticrime na questão da excludente de ilicitude. O projeto é bastante claro quanto às hipóteses e limites."

Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes destacou que Ágatha foi a quinta criança morta em tiroteios no Rio neste ano e que, ao todo, 16 foram baleadas no período. "Uma política de segurança pública eficiente deve se pautar pelo respeito à dignidade e à vida humana", escreveu.

Candidatos à presidência da República nas eleições do ano passado, como Marina Silva e Guilherme Boulos também se manifestaram.

O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) fez um post em solidariedade ao familiares da criança e aos moradores das favelas do Rio. Em outras publicações, fez críticas ao governador do Rio. Até o momento, Witzel não se manifestou sobre o caso.

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