Venda de passagens pára em Cumbica

Com espera de mais de um dia, Gol, TAM e Varig param de vender

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Por Bruno Moreschi
Atualização:

Quem quis sair de São Paulo de avião, ontem, se deparou com uma situação inusitada, resumida por uma atendente no guichê da TAM do Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos: "Sinto muito, mas não estamos vendendo passagens." Desde as 17h40 de anteontem, a companhia não vende bilhetes que tenham São Paulo como partida ou destino. A prioridade era resolver o problema de quem estava em Cumbica havia mais de um dia sem conseguir embarcar. A Gol e a Varig chegaram a vender passagens em Cumbica, ontem, mas cerca de 70% dos vôos estavam lotados. No início da noite, porém, as duas companhias decidiram não vender mais passagens no aeroporto até sexta-feira. Segundo a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), 69 (27,8%) dos 248 vôos programados em Cumbica até 21 horas tiveram atraso superior a uma hora, e outros 17 (6,8%) foram cancelados. Até as 20h20, Cumbica havia recebido 34 vôos desviados de Congonhas. Às 19 horas, as filas nos guichês da TAM e da Gol atravessavam dois setores. Luciano Nunes, de 21 anos, completava ontem seu terceiro dia em Cumbica. Andando com seus três gatos enjaulados, tentava uma passagem para Salvador. Marilena Palermo, de 33 anos, tia de um grupo de crianças que voltavam da Disney, disse que elas estavam desde anteontem presas em São Paulo. "Já brincaram de esconde-esconde, ioiô, videogame. Liguei para a mãe delas e descrevi a situação com uma palavra: ridícula." Para acalmar passageiros que aguardavam por vôos havia mais de um dia, a Gol criou uma lista de espera. Uma falha de comunicação entre os atendentes do primeiro e do último guichê, porém, fez com que duas relações fossem feitas. A confusão gerou um pequeno tumulto às 15 horas, só resolvido quando os funcionários juntaram as listas. BRIGA NO GUICHÊ Pouco antes das 20 horas, o engenheiro Eduardo da Silva Junior, de 34 anos, que tentava desde segunda-feira voltar com a esposa para Belém, começou a discutir com funcionários do balcão da Gol porque dois americanos haviam passado à sua frente. Os atendentes começaram a gritar por silêncio. Então, o engenheiro invadiu um dos guichês da companhia e foi cercado por cinco funcionários, que tentaram afastá-lo, empurrando-o até que ele caísse. Todos foram levados para a delegacia do aeroporto, mas não houve registro de queixa. "O funcionário da Gol me chamou de palhaço. Será que ele não entende que só quero voltar para casa?", questionou Eduardo.

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