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Violência faz Ivete Sangalo parar show na Boa Viagem

Evento atraiu 500 mil pessoas e, no final, registrou pancadaria e ferido à bala

Por Agencia Estado
Atualização:

O desfile do bloco Balança Rolha, um dos mais tradicionais de Pernambuco e que reuniu 500 mil pessoas na Praia de Boa Viagem, zona sul do Recife, neste domingo, acabou se transformando em uma praça de guerra, com pelo menos 80 queixas policiais de brigas, agressões, ferimentos , pancadaria e roubos, segundo o comando da Polícia Militar. O evento puxado pela baiana Ivete Sangalo marcou a abertura das grandes festas pré-carnavalescas na capital pernambucana. Pelo menos um folião, identificado como Edmilson Araújo, de 23 anos, foi ferido à bala. O rapaz está em observação no Hospital da Restauração. Por volta das 17 horas, os serviços de apoio médico que acompanhavam o bloco começaram a receber dezenas de foliões com ferimentos provocados por cacos de vidros e pedras. De cima do trio elétrico, Ivete queixou-se várias vezes da falta de segurança e chegou a interromper a sua apresentação para pedir a intervenção da organização e da PM. Na Delegacia de Boa Viagem, até as 18 horas, mais de 80 pessoas haviam prestado queixa afirmando terem sido assaltadas, agredidas ou ameaçadas. Funcionários de dois hospitais particulares da região também confirmaram o atendimento a dezenas de feridos. Assustados, moradores do bairro disseram ter presenciado dezenas de cenas de violência das janelas e varandas de seus apartamentos. A Secretaria de Defesa Social informou que somente hoje irá divulgar um balanço oficial sobre as ocorrências policiais. No início da noite, as informações sobre o número de prisões era desencontrado. Antes da confusão e pancadaria, o evento seguia lotando a Avenida Boa Viagem com atrações ecléticas, de blocos líricos a orquestras de frevo. Sem cordões de isolamento ou exigência de abadás, senhas ou qualquer tipo de ?ingresso?, a festa atraiu jovens e adultos que formavam alas dentro do desfile. Ao longo da avenida, com 7,5 quilômetros de extensão, centenas de sacadas e varandas foram transformadas em camarotes improvisados para garantir uma visão privilegiada do evento. Alguns capricharam na estrutura e contrataram desde serviço de bufê e até DJs. A advogada Dinah Carvalho foi uma dessas pessoas. Ela decorou seu apartamento, um dúplex com 240 metros quadrados, especialmente para o desfile. ?Chamei um grupo de 50 pessoas entre amigos, colegas e familiares. O carnaval é muito animado no Recife, mas tenho medo da violência. Por isso, prefiro ver tudo daqui de cima, com conforto, segurança e boa comida.?

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