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Votação da redução da maioridade é marcada por tumulto na Câmara

Polícia usou gás de pimenta para afastar manifestantes; Cunha alegou garantia da ordem ao impedir entrada em galerias do plenário

Por Carla Araujo e Daniel de Carvalho
Atualização:

Atualizada às 22h15

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BRASÍLIA - Estudantes contrários à redução da maioridade penal e a polícia entraram em confronto nesta terça-feira, 30, antes de a discussão sobre o tema começar no plenário da Câmara, às 20h15. Houve tumulto em uma das entradas do prédio e no interior do Congresso. O acesso às galerias do plenário ficou restrito a 200 senhas, distribuídas pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o que provocou revolta. Manifestantes entraram no espelho d’água diante do Congresso e subiram até o Salão Verde.

Segundo a Polícia Legislativa, manifestantes tentaram forçar a entrada com paus e pedras e os agentes reagiram com spray de pimenta. Os estudantes negaram ter usado violência. O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) conversava com os estudantes, quando teve início a confusão e foi atingido por spray de pimenta. Ele reclamou da postura do que chamou de “homens do Cunha”.

Manifestantes protestaram contra limitações de acesso às galerias do plenário da Câmara Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADAO

“Isso é uma loucura. Isso é culpa de Eduardo Cunha, porque ele não deveria radicalizar desta maneira. Se ele permitisse que a galeria fosse ocupada por 50% das pessoas a favor (da maioridade) e 50% contra, isso não estaria acontecendo.” Para Wyllys, Cunha priorizou as bancadas favoráveis à redução.

Habeas corpus. Cunha alegou estar “garantindo a ordem” ao impedir a entrada nas galerias do plenário da Casa de manifestantes que obtiveram habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF) para acompanhar a votação. “Habeas corpus é para transitar aqui, não é para entrar na galeria. Galeria tem de ter senha. Tenho um número, quantidade determinada por questão de segurança. Pela garantia da ordem, o critério é distribuição de senha”, disse.

Questionado se não estaria desrespeitando a Justiça, Cunha negou. “A ordem está muito clara. A que recebi tem de ser com garantia da ordem. Estou garantindo a ordem.”

O deputado Heráclito Fortes (PSB-PI) foi derrubado no tumulto no acesso ao plenário, mas não se feriu. Para Cunha, a sessão seria tensa. “Se for tranquila não tem graça.”

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