Wolf Maia é condenado por racismo

Diretor é acusado de ofender técnico de iluminação após a apresentação de uma peça em Campinas

PUBLICIDADE

Por Carolina Spillari
Atualização:

SÃO PAULO - O técnico em iluminação Denivaldo Pereira da Silva teve sentença favorável contra o diretor e ator Wolf Maia proferida na última sexta-feira, 2, pela 2ª Vara Criminal de Campinas. Maia foi condenado por injúria racial e sua pena é o pagamento de 20 salários mínimos mais prestação de serviços comunitários por cerca de dois anos.

 

PUBLICIDADE

Denivaldo trabalhava em uma empresa terceirizada em colaboração com a equipe de Wolf Maia na peça "Relax...It's sex...", quando o canhoneiro de luz faltou, conta o advogado de defesa Sinvaldo José Firmo.

 

Após o término do espetáculo, Maia teria feito uma reunião com todos que trabalharam na peça, com críticas aos que trabalharam na ocasião. Maia teria dito: "...o som é uma merda, a iluminadora não tem sensibilidade e ainda me colocaram um preto fedorento que saiu do esgoto com Mal de Parkinson, para operar o canhão de luz...", segundo a sentença.

 

O advogado de Maia, João Carlos de Lima Junior, disse que já recorreu da decisão e agora apela ao Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo. "Com certeza a decisão será revertida no Tribunal", disse Lima Junior. Ele afirmou ainda que seu cliente é uma pessoa pública, amplamente conhecida pela sociedade em mais de 30 anos de vida pública e "jamais faria uma coisa dessas."

 

A peça foi encenada em 2000, em Campinas. Em um primeiro momento, a 6º Vara Cível da cidade julgou improcedente o caso, por considerar não haver provas suficientes. A defesa de Denivaldo apelou ao TJ que, em 2004, determinou que o juiz aceitasse a denúncia.

 

De acordo com o advogado de defesa de Denivaldo, o técnico não conseguiu emprego na área depois do ocorrido e precisou passar por tratamento psicológico. "Ninguém mais queria contratá-lo porque ele estava mexendo com uma pessoa famosa. Ele ficou muito mal". "A justiça foi feita", concluiu.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.