RIO - Dois dias após um acusado de roubo ter sido agredido até a morte por moradores de São Luís, no Maranhão, outro rapaz foi alvo da ira da população, desta vez em Senador Camará, na zona oeste do Rio. Na noite de quarta-feira (8), Daniel Jesus de Aquino, conhecido como Daniboy, de 31 anos, foi flagrado durante uma tentativa de assalto, amarrado e espancado. Não morreu porque a Polícia Militar foi chamada e interveio. O rapaz recebeu atendimento médico e está preso.
Daniel, que tem pelo menos oito passagens pela polícia pela prática de roubo, lesão corporal, violência doméstica e injúria, estava preso no Complexo Penitenciário de Bangu, na zona oeste, até o dia 3 de junho, quando foi libertado e pôde voltar para casa, em Senador Camará.
No início da noite de quarta-feira, fingindo estar armado, Daniel tentou roubar o celular de uma mulher, no bairro onde mora. Ela reagiu, outras pessoas perceberam a ação criminosa e conseguiram imobilizar Daniel. Ele teve as duas mãos amarradas pelas costas e começou a ser agredido.
Policiais militares do 14º Batalhão (Bangu) foram chamados e interromperam as agressões. Bastante ferido no rosto, o rapaz foi levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Senador Camará, onde recebeu atendimento. Depois foi conduzido à 34ª DP (Bangu), onde o caso foi registrado e Daniel ficou preso.
Segundo a polícia, além dos crimes pelos quais ele já era acusado, moradores de Pedra Branca e Marco Sete, na região de Senador Camará, afirmam que Daniel praticou roubos e furtos nessas áreas desde que deixou a prisão.
Fotos de Daniel ainda amarrado, após a agressão, foram divulgadas pelas redes sociais na internet e geraram dezenas de comentários - a imensa maioria aplaudindo os agressores e lamentando a intervenção da polícia. "Parabéns a quem linchou. Pena que não mataram, seria menos um", escreveu um internauta. "Por que a polícia não chega quando estamos sendo assaltados? Já notaram que a polícia sempre chega quando o bandido está apanhando? Isso é esquisito demais, que eu saiba polícia é para proteger a população e não bandido. A população está fazendo a segurança, já que o Estado se omite", postou uma internauta. "Essa moda tem que pegar em todo o Brasil , já que a justiça não age então o povo age! Parabéns!", afirmou outro internauta.
Até a tarde desta quinta-feira, a 14ª DP não havia conseguido identificar nenhum dos agressores de Daniel. Eles podem ser indiciados por lesão corporal ou tentativa de homicídio.