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Advogada de vítima de estupro coletivo diz que caso sairá da delegacia de crimes de informática

Segundo Eloísa Santiago, por decisão do TJ, o inquérito vai ser desmembrado e as investigações serão conduzidas pela Delegacia da Criança Vítima; delegado antes responsável pelo caso não atendeu aos telefonemas do Estadão

Por Luciana Nunes Leal
Atualização:

RIO DE JANEIRO - A advogada da jovem vítima de estupro coletivo que teve imagens divulgadas em redes sociais informou, na madrugada deste domingo, 29, pelo Facebook, que o titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), Alessandro Thiers, não é mais o responsável pela investigação do caso. Segundo Eloísa Samy Santiago, por decisão do Tribunal de Justiça, o inquérito será desmembrado e as investigações serão conduzidas pela Delegacia da Criança Vítima (DCAV).

Neste sábado, 28, a advogada havia pedido o afastamento de Thiers do caso, com o argumento de que a investigação não dava a atenção adequada ao caso de estupro e se concentrava na divulgação das imagens na internet. Eloísa também protestou contra perguntas feitas pelo delegado à vítima, como questionamentos se ela tinha o hábito de fazer sexo em grupo.

Os delegados Alessandro Thiers e Cristiana Bento concederam entrevista coletiva à imprensa ao lado do chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso Foto: Wilton Junior/Estadão

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“Vitória das mulheres!”, comemorou Eloísa Samy nas redes sociais. A Polícia Civil ainda não confirmou a mudança no comando das investigações. O delegado não atendeu aos telefonemas do Estado. A reportagem também tenta confirmação do Tribunal de Justiça.

A vítima afirmou, em dois depoimentos à polícia, ter sido atacada por 33 homens armados. O caso tornou-se conhecido quando imagens da jovem desacordada, deitada em uma cama, foram publicadas nas redes sociais, com comentários de alguns homens sobre o estupro. O vídeo e um fato de um homem diante do corpo da  jovem revoltaram internautas, que fizeram uma denúncia ao Ministério Público do Rio de Janeiro.

Nova operação da PM. A Polícia Militar encerrou no início da tarde deste domingo operação iniciada às 6h30, em busca de suspeitos do estupro da jovem de 16 anos, vítima de estupro coletivo no complexo São José Operário, na Praça Seca (zona oeste). Não houve prisões nem apreensão de drogas. Participaram da operação 70 policiais militares sob comando do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM).  Foram usados também dois cães farejadores e um helicóptero. “A incursão tem o objetivo de identificar os criminosos que praticaram o estupro coletivo contra uma menor de 16 anos, além de dar maior sensação de segurança à população e prevenir e repreender os crimes de roubo de veículos, roubo de cargas, roubo de rua e tráfico de drogas”, diz nota da Polícia Militar distribuída nesta manhã.

Em operação realizada neste sábado, um homem suspeito de participação no estupro foi detido, ouvido na Central de Garantias da Polícia Civil e liberado em seguida. Também foram recuperados dois carros roubados e apreendidas trouxinhas de drogas encontradas em uma casa vazia. No início da operação de ontem houve troca de tiros entre traficantes e policiais, o que, segundo a PM, não aconteceu novamente na ação deste domingo.

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