Celso de Mello nega pedido de deputado para suspender votação do decreto na Câmara

Para ministro não é papel do judiciário intervir sobre os critérios interpretativos dos regimentos do Congresso

PUBLICIDADE

Foto do author Amanda Pupo
Por Amanda Pupo (Broadcast)
Atualização:

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido do deputado Ivan Valente (PSOL-SP) para que o Supremo impedisse a votação do decreto de intervenção federal no Rio de Janeiro, do presidente Michel Temer, na sessão da Câmara dos Deputados desta segunda-feira, 19. A decisão foi dada às 22h55 de ontem. 

A sessão na Câmara começou às 19h de segunda, e ainda não acabou. Por volta das 00h30 os deputados decidiram finalizar a discussão sobre o decreto e começar a votar pela intervenção federal no Estado do Rio de Janeiro, que já está em vigor mas ainda precisa da aprovação do Congresso. 

Celso de Mello, ministro do Supremo Tribunal Federal Foto: ANDRÉ DUSEK/ESTADÃO

PUBLICIDADE

O deputado do Psol alegava que o processo para o decreto ser votado na Câmara não foi devidamente instruído e que a votação seria prejudicada em função da "falta de explicações" das motivações da presidência na decisão pela intervenção.

Em sua decisão, o ministro Celso de Mello afirma que não é papel do judiciário intervir sobre os critérios interpretativos dos regimentos do Congresso. O ministro também diz que o presidente da República age segundo uma avaliação que cabe somente a ele fazer, "ao seu exclusivo juízo político", e que não caberia, portanto, uma intervenção da justiça sobre a votação para aprovar o decreto.

Valente também reclamava que não havia manifestações dos Conselhos da República e da Defesa. Segundo Celso de Mello, estes pronunciamentos não são obrigatórios em momento anterior a decretação formal da intervenção federal.

"É fato notório que os Conselhos da República e de Defesa Nacional já opinaram favoravelmente ao ato de intervenção federal, não havendo, aparentemente, exigência constitucional de que tal manifestação se faça 'a priori'", diz o ministro.

Celso de Mello mencionou também que Temer, na data de hoje, nomeou dois "cidadãos que preenchem, integralmente, as exigências impostas pelo texto constitucional e que participaram da reunião por ele convocada".

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.