Chinês é resgatado de pastelaria no Rio em situação de escravidão

O rapaz trabalhava todo dia das 8h às 20h30 ou até o fechamento do estabelecimento na zona norte

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Por Fabio Grellet
Atualização:

RIO - O Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ministério do Trabalho resgataram nesta terça-feira, 7, um trabalhador chinês de 24 anos que atuava em condições de escravidão em uma pastelaria de Vista Alegre, na zona norte do Rio. O rapaz trabalhava todo dia das 8h às 20h30 ou até o fechamento da pastelaria, cujo dono é um casal chinês.

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O flagrante foi feito após uma denúncia recebida pelo MPT. Além dos dois órgãos, o Procon do Rio também participou da operação. A vítima afirmou que nunca sofreu maus tratos, mas a situação irregular, com jornada de trabalho exaustiva e falta de descanso semanal, configura situação similar a de escravo, segundo Juliane Mombelli, procuradora do Trabalho que participou da operação.

O rapaz, que não tem visto de trabalho, afirmou às autoridades que veio para o Brasil com a ajuda de um amigo e que trabalhava na pastelaria havia cerca de um ano. Ele era o único funcionário do estabelecimento. “O resgate vai possibilitar que o jovem peça visto de permanência no Brasil, caso seja de seu interesse, e ter sua situação regularizada como trabalhador com os direitos garantidos na legislação brasileira", afirmou a procuradora. 

Diante da fiscalização, os patrões do chinês concordaram em pagar indenização e os direitos trabalhistas ao jovem, que pretende continuar trabalhando no Brasil. O casal também se comprometeu a regularizar a situação do empregado, que poderá tirar carteira de trabalho para ser contratado pela pastelaria com registro e recebimento dos direitos trabalhistas e cumprimento de jornada estabelecida em lei.

Esse é o quarto episódio envolvendo trabalhadores chineses em situação similar a de escravo investigado pelo MPT no Rio de Janeiro. Nessas quatro ocasiões, seis trabalhadores chineses foram resgatados. 

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