PUBLICIDADE

Cinzas de australiano achado morto serão levadas à Tasmânia

Rye Hunt morreu após surto provocado pelo consumo de drogas; seu corpo foi encontrado na quarta-feira em uma praia de Maricá

Por Constança Rezende
Atualização:

RIO - O corpo do australiano Rye Hunt, de 25 anos, que morreu após um surto provocado por consumo de drogas no Rio de Janeiro, deverá ser cremado e as cinzas lançadas na Tasmânia, sua terra-natal. A delegada Elen Souto, da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), que coordenou o caso, informou nesta segunda-feira, 13, que o corpo já foi liberado para a família. A cremação será no Rio, após uma autorização judicial, que ainda não foi obtida.

A delegada informou que Hunt e o amigo, o também australiano Mitchell Sheppard, de 22 anos, conseguiram a droga que causou o surto por australianos que conheceram em Buenos Aires, na Argentina. A Polícia Civil coletou amostras de tecidos para fazer o exame toxicológico do corpo.

Bombeiros do Grupamento Marítimo foram avisados, mas não encontraram o australiano em ilha Foto: Divulgação

PUBLICIDADE

A confirmação da descoberta do corpo foi feita neste sábado, 11, pela Polícia Civil.

Hunt estava desaparecido desde o dia 21 de maio. O corpo foi encontrado na última quarta-feira, 8, em uma praia em Maricá, cidade da região metropolitana.A identificação foi feita com exames antropológicos (sexo, idade e ancestralidade), fotografias e radiografias.

Segundo a delegada, não foi possível determinar a causa da morte, em razão do avançado estado de decomposição do corpo.

No sábado, a ministra das Relações Exteriores da Austrália, Julie Bishop, confirmou para a imprensa de seu país que o corpo achado era de Hunt. A família do turista recebeu a confirmação pela embaixada australiana. A ministra declarou que o governo da Austrália dará o apoio todo necessário à família. "Continuaremos a trabalhar com as autoridades brasileiras para esclarecer os motivos da morte", afirmou Bishop, em Melbourne.

Na página do Facebook "Find Rye Hunt", a família divulgou comunicado após a confirmação da morte. Foi pedida privacidade neste momento. "Nós estamos com o coração partido. Rye era o integrante mais novo da nossa família e era conhecido por ser leal, amoroso e generoso", disse no comunicado Romany Brodribb, irmã do australiano. "sentiremos muito a falta dele."

Publicidade

Já a namorada, Bonnie Cuthbert, disse que se sente abençoada por ter dividido os últimos cinco anos de sua vida com Hunt, a quem chama de "ursão". "Fomos muitos sortudos de termos nos encontrado e nos amado tão profundamente. O amor que eu e Rye dividimos permanecerá dentro de nós, para sempre."

Desaparecimento. Hunt chegou ao Rio no dia 16, acompanhado de Sheppard. Eles se hospedaram em um albergue na Lapa, região central da capital fluminense. Na madrugada do dia 21, eles teriam usado ecstasy de maneira inadequada - segundo a delegada, em vez de diluir a droga em água, os australianos a aspiraram - e foram a uma casa noturna. Durante a festa, a dupla teria aspirado mais ecstasy, bebido vodca e entrado em surto psicótico.

Após causar tumulto, eles foram expulsos da casa noturna e retornaram ao albergue, mas Hunt teria se recusado a entrar no quarto, pois acreditava estar sendo perseguido por alguém que queria matá-lo, segundo o amigo disse à polícia. Por isso, só entrou no quarto em um momento em que não havia mais nenhum hóspede. Eles ficariam no Rio até o dia 24.

Sheppard disse ter sugerido que os dois antecipassem a viagem para a Bolívia, próxima etapa do passeio que faziam pela América do Sul.

PUBLICIDADE

Os amigos seguiram de táxi ao Aeroporto Internacional do Galeão, na Ilha do Governador, na zona norte, onde Hunt teria tido outro surto. Ele desistiu de viajar e foi sozinho de táxi para Copacabana, na zona sul, onde alugou um apartamento por três dias, pelos quais pagou US$ 200.

No dia 30, um pescador informou a Polícia Civil que no dia 22 avistara Hunt na Ilha de Cotunduba, a dois quilômetros da Praia do Leme, na zona sul. O australiano teria chegado a nado à ilha e tinha ferimentos no corpo, possivelmente causado por mariscos presos às rochas da ilha. A pedido da polícia, bombeiros fizeram buscas na ilha, que é inabitada, mas não o encontraram.