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Depoimento: Na roleta carioca, prêmio é voltar vivo

Reportagem do 'Estado' presenciou perseguição e tiroteio

Por Wilson Tosta
Atualização:
Índices de violência não caíram com tropas militares Foto: AFP PHOTO / Apu Gomes

Nem houve tempo para nos assustarmos muito. A pancada na traseira do carro de reportagem do Estado, forte, nos arremessou para a frente, de tal modo que, se não estivéssemos com os cintos afivelados, teríamos sido jogados contra o painel. Olhamos para trás e houve o segundo choque. E aí vimos o carro com os suspeitos passar. Uma viatura da PM seguiu, muito perto do veículo, em perseguição. Eram 22 horas de quinta-feira.

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Estávamos no Boulevard 28 de Setembro, em Vila Isabel, na zona norte carioca. Recuperados do susto, aproveitamos o cruzamento e o trânsito parado para levar o carro para um recuo. Foi quando começou o tiroteio, 200 metros à frente. Levou alguns segundos até que entendêssemos que precisávamos nos abrigar, para evitar balas perdidas. Duas mulheres fizeram o mesmo, em uma transversal. Ficamos ali até que os tiros cessassem. 

Encerrado o tiroteio, fomos até onde o carro dos bandidos fora deixado. Os curiosos pareciam encarar tudo como normal. Olhavam o carro semidestruído e comentavam o confronto. No jogo de roleta que vivemos diariamente no Rio, vencemos mais uma vez. Chegamos vivos em casa.

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