RIO - Após uma sequência de confrontos que começou no fim de semana e se estendeu até esta segunda-feira, 3, entre traficantes e soldados da Força de Pacificação que ocupa desde abril o complexo de favelas da Maré, na zona norte do Rio, lideranças comunitárias da região cobraram mudanças na atitude das tropas responsáveis pela segurança na região.
Em nota, o movimento Maré que Queremos, que reúne representantes das 16 associações de moradores da Maré, "lamenta que a ocupação da Maré por forças militares não esteja garantindo, como anunciado, a gradativa criação de condições para que o direito à segurança pública seja assegurado à população local. (...) A Maré vive uma rotina de confrontos violentos entre vários grupos armados, dentre esses, os militares. Hoje (segunda-feira, 3), novos enfrentamentos resultaram em ao menos um morto e um ferido e deixaram acuados os moradores. Desde sexta-feira, há notícia de que outras três mortes teriam ocorrido na região", afirma a nota.
"Repetidos conflitos armados, além de práticas hostis de abordagem, têm mantido os moradores da Maré em situação de tensão e medo não muito diferente da que marcava o cotidiano antes da chegada dos militares ao território. Esperamos que as autoridades do setor revejam os procedimentos atuais. (...) O movimento Maré que Queremos desenvolverá ações em questionamento ao posicionamento bélico que o Exército vem tendo, como forma de continuar a necessária discussão sobre qual deve ser a abordagem do Estado para garantir o direito a segurança pública em favelas e periferias", conclui a nota.
Mas o movimento ainda não definiu quais ações vai desenvolver para cobrar mudanças na atuação das forças de segurança na Maré.