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Estrangeiros sofrem com calor no Rio

Entre os turistas que vêm de países do Hemisfério Norte, onde nesta época ocorre o inverno, desconforto é quase unanimidade

Por Roberta Pennafort
Atualização:
Estrangeiros sofrem com calor no Rio Foto: Wilton Jr/Estadão

RIO - De férias no Rio com a namorada capixaba, o consultor de informática Luke Munro, de 30 anos, não tem aguentado o calor carioca de rotineiros 40 graus. A rotina tem sido atípica para um turista em primeira visita à cidade: o casal acorda cedo, passeia das 8h30 ao meio-dia, depois se tranca no ar condicionado do hotel até as 17 horas, e só depois, com o sol baixo, se aventura de novo na rua.

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"Eu não aguento mesmo. Ontem fomos passear e pedi para ficarmos num café, por causa do ar. Nasci na África do Sul, já viajei bastante e nunca estive num lugar tão quente na minha vida. Não sei como vocês aguentam", contava Munro ontem, em passeio no Cristo Redentor, por volta de meio-dia. Ele só aceitou o convite da namorada, Clarissa Matos, de 31 anos, porque o dia não se anunciou tão quente de manhã cedo. Erraram: o sol ia e vinha, mas o calor estava impiedoso. "Ele está passando muito mal, coitado", lamentou ela. Munro saiu de Londres a zero grau, daí o "choque térmico".

Entre os turistas que vêm de países do Hemisfério Norte, e que deixaram suas casas a temperaturas negativas, o desconforto é quase unanimidade. As irmãs francesas Marie e Louise Arnaud, de 38 e 31 anos, que também visitaram o monumento ontem, estão estranhando o fato de os cariocas se exporem ao sol durante o verão. "Em Lyon, onde moro, se a temperatura está acima de 35 graus a recomendação é não sair de casa, especialmente para as crianças e os idosos. Ontem fomos à praia e não aguentamos ficar mais do que meia hora", relatou Marie, que só anda com uma garrafa grande de água sob o braço.

A aposentada inglesa Christine Wilkins, de 62 anos, está contando os dias para embarcar no cruzeiro que a levará com o marido ao Chile. "Não aguentaria passar mais do que quatro dias no Rio. É uma cidade linda, e eu sabia que seria quente, mas não desse jeito. Não piso na praia", garantiu ontem Christine, que precisou enfrentou fila de uma hora para pegar van para o Corcovado na Avenida Atlântica. "Espero chegar lá viva", brincou, durante a espera.

A cidade espera 3,4 milhões de turistas até o fim da alta temporada, em março.

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