Governo federal quer criar plano de segurança emergencial para o RJ

Tropas federais devem continuar no Estado, mas em menor contingente em relação à Olimpíada

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Por Fabio Grellet
Atualização:
Jungmann. Até agora, há previsão de uso das Forças Armadas no dia 30 só em São Luís Foto: José Cruz/Agência Brasil

RIO - O governo federal está desenvolvendo um plano de segurança pública de emergência para o Estado do Rio, informou nesta sexta-feira, 14, o ministro da Defesa, Raul Jungmann. O setor, que já estava prejudicado em função da grave crise financeira do Estado, sofreu mais um impacto com a saída do secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, que pediu demissão nesta semana. Na segunda-feira, o posto será assumido por Roberto Sá, que era o principal auxiliar de Beltrame na pasta.

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Tropas federais atuam no Rio desde 24 de julho – primeiro, por causa da Olimpíada e da Paralimpíada. Depois, o motivo da permanência foi a eleição. Segundo Jungmann, o governador interino do Estado, Francisco Dornelles (PP), pediu ao presidente Michel Temer que as Forças Armadas continuem no Rio mesmo após o pleito.

“Há uma preocupação pontual, mas de emergência e importância, com o Rio, pela importância do Estado e pelo pedido do governo”, afirmou Jungmann.

Segundo o ministro, as forças de segurança federais no Rio devem permanecer, embora não com o mesmo contingente da Olimpíada, quando 22.015 agentes foram mobilizados. “Qualquer tipo de resposta deverá ser feita de forma articulada, em conjunto com as forças de segurança do Rio, da polícia, da nossa inteligência e da Força Nacional. A tendência é de que seja dada uma resposta positiva. De uma forma integrada se teve sucesso na Olimpíada, mas agora (será mantido o trabalho) não com a mesma escala”, disse Jungmann. “Vamos procurar apoiar de alguma forma, mas não significa dizer que tenhamos a presença das Forças Armadas em definitivo.” 

Na próxima segunda-feira, devem reunir-se para tratar do tema o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, o governador interino e o licenciado, Luiz Fernando Pezão (PMDB).

Plano nacional. O ministro da Defesa também contou nesta sexta, em evento no Rio, que a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, está organizando um grupo para discutir um plano de segurança nacional. Além do STF e do Ministério da Defesa, participam as Forças Armadas, o Ministério Público, o Ministério da Justiça, o Gabinete de Segurança Institucional, a Agência Brasileira de Inteligência e a Ordem dos Advogados do Brasil. 

A ideia foi lançada durante reunião na quinta-feira na presidência do Supremo. Outro encontro – agora para iniciar efetivamente o debate – vai ocorrer em 28 de outubro.

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Ainda segundo Jungmann, Temer indicou o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, para tratar dessa questão no âmbito do governo federal. “O Brasil atravessa uma crise na segurança. A discussão de um plano emergencial para a área se faz extremamente necessária. A ideia é atribuir responsabilidades e metas para cada um dos participantes”, acrescentou o ministro.

Eleições. Jungmann informou também que o Ministério da Defesa está se programando para atuar no segundo turno das eleições municipais, em 30 de outubro, garantindo a votação e a apuração nas cidades que solicitarem auxílio ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

Por enquanto, segundo o ministro, dos 55 municípios do País onde haverá segundo turno, a Corte eleitoral só aprovou o uso das Forças Armadas em São Luís. A capital maranhense também teve apoio das tropas no primeiro turno.