Além dos quatro casos já investigados pela Divisão de Homicídios, o delegado afirmou que, em mais dois, os detalhes fornecidos por Saílson bateram com registros antigos de outras delegacias, como o assassinato de mãe e filho há quatro anos. Apesar de ter dado detalhes desses seis casos, sobre outros Saílson foi mais evasivo e confuso, contou o delegado. “Não queremos criar um factoide, por isso estamos checando tudo com calma”, disse. Corpos. Calmo, o criminoso disse só ter se arrependido de matar o bebê, há quatro anos, que começou a chorar enquanto a mãe era assassinada e, por isso, também foi morto. Ele disse que não escondia os corpos - só o da primeira vítima, que matou quando tinha 17 anos. Quando era contratado, matava a facadas. Quando era “por prazer”, enforcava. Saílson afirmou que ficava nervoso quando passava mais de dois meses sem matar ninguém. Suas vítimas eram mulheres brancas. “Negra da raça, não, porque é da família”, disse. Tática. Para o delegado Pedro Medina, ele não havia sido preso até hoje por causa de suas táticas: ao cometer os crimes, relatou usar toucas ninja, por exemplo, caso houvesse câmeras de segurança por perto, e cortava as unhas das vítimas depois de enforcá-las, para que não fossem encontrados vestígios. À imprensa, Saílson afirmou ser “calculista”: disse que ficava observando as casas das vítimas, seus hábitos, e procurava brechas, em um discurso muito parecido com o de filmes sobre assassinatos - que Saílson gostava de assistir, de acordo com sua página no Facebook. Ele também afirmou que a companheira Cleusa sabia das mortes e que costumava dizer para ela, quando saía para cometer os crimes, que iria “caçar”. Ele já tinha quatro passagens pela polícia, mas nenhuma por assassinato.