RIO - “Isso é um absurdo, estamos numa escola”, diz a professora ao gravar, com seu celular, alunos sentados no corredor entre as salas, para se protegerem dos disparos em um colégio na Rocinha. A gravação, feita na manhã dessa segunda-feira, 27, repercutiu na internet.
A escola foi uma das poucas que abriram na comunidade. Nas imagens, a professora está agachada com crianças. Ao fundo, é possível ouvir o barulho de explosões. “Mais uma vez a gente está aqui com as crianças no corredor, sem aula, tentando sobreviver a essa guerra, refletindo sobre a eficácia disso, sobre os discursos da intervenção federal.”+ Militares reforçam patrulhamento nas zonas norte, sul e central do Rio+ Uma pessoa morre e duas ficam feridas em tiroteio numa das principais vias do centro do Rio
Mais tarde, ao Estado, ela pediu que sua identidade não fosse revelada, por segurança. “Desde o ano passado, quando teve a invasão, a guerra entre as facções (pelo comando do tráfico), não temos paz, nenhum morador, nenhum servidor, professor, profissional de saúde. Antes, era uma paz relativa.”
+ Policial Militar dispara contra assaltantes a menos de 500 metros do show do Pearl Jam
A guerra à qual ela se refere foi o racha, em setembro, na quadrilha que dominava a favela - os bandos rivais têm como chefes Antonio Bonfim Lopes, o Nem, e Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157. Os militares e a polícia intervieram, e o embate arrefeceu, mas moradores ainda reclamam de insegurança.