Justiça decreta prisão de três PMs acusados de estupro em UPP

Policiais abusaram de três mulheres, na Favela do Jacarezinho, em 5 de agosto; outro soldado teve liberdade provisória concedida

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Por Tiago Rogero
Atualização:

RIO - A juíza Ana Paula Barros, da Auditoria Militar do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), decretou nesta segunda-feira, 18, a prisão preventiva de três policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Jacarezinho, na zona norte do Rio, acusados do estupro de três mulheres - uma delas menor - na comunidade, em 5 de agosto. A magistrada acatou a denúncia oferecida na sexta-feira, 15, pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ).

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Os soldados Gabriel Machado Mantuano, Anderson Farias da Silva e Renato Ferreira Leite já estavam presos desde horas depois do crime, quando foram detidos em flagrante na 25ª Delegacia de Polícia (Engenho Novo) após denúncia das vítimas. A juíza marcou o interrogatório dos PMs para a próxima quinta-feira, 21.

Outro PM da UPP do Jacarezinho, o soldado Wellington de Cássio Costa Fonseca, também havia sido preso em flagrante, mas teve a liberdade provisória concedida nesta segunda-feira pela juíza. Ele estava com os outros três PMs no momento em que as mulheres foram abordadas, mas não teria participado dos estupros. Em depoimento, Wellington contou que Gabriel Machado e Anderson Farias praticaram os abusos, enquanto Renato Leite iluminava o ambiente com a luz do celular. 

"Recebo a denúncia, considerando os indícios de fatos que, em tese, constituem crimes militares de natureza gravíssima, sendo certo que materialidade delitiva e autoria encontram-se indiciariamente demonstradas especialmente pelas declarações prestadas pelas supostas vítimas, que narram com riqueza de detalhes a empreitada criminosa e o modus operandi dos policiais militares", afirmou a juíza na decisão.

"Tais afirmações das supostas vítimas indicam a periculosidade dos policiais militares, que, em tese, aproveitando-se do poder ostensivo de suas fardas, subjugando as supostas vítimas, praticaram fatos absolutamente incompatíveis com sua função, pondo em risco a ordem pública, gerando insegurança àqueles que transitam pelo local", concluiu.

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