‘Comandantes são sócios do crime no Rio’, diz ministro
Titular da Justiça fez críticas à condução da política de segurança no Estado; Pezão reagiu e secretário disse estar ‘indignado’
Por Constança Rezende e Vera Rosa
Atualização:
BRASÍLIA E RIO - O ministro da Justiça, Torquato Jardim, acusou políticos e comandantes de batalhão de se associarem ao crime organizado no Rio e disse que “a milícia tomou conta do narcotráfico”. Torquato também afirmou que o governador fluminense, Luiz Fernando Pezão (PMDB), e o secretário de Segurança Pública, Roberto Sá, não têm controle sobre a Polícia Militar. Eles rebateram a declaração.
“Todo mundo sabe que o comando da PM no Rio é acertado com deputado estadual e o crime organizado”, disse Torquato, em conversa com jornalistas, sem citar nomes de possíveis envolvidos. “Comandantes de batalhão são sócios do crime organizado no Rio.”
Todo mundo sabe que o comando da PM no Rio é acertado com deputado estadual e o crime organizado. Comandantes de batalhão são sócios do crime no Estado.
Torquato Jardim, ministro da Justiça
O governador Luiz Fernando Pezão afirma que o Estado e o comando da Polícia Militar não negociam com criminosos, ressaltando que o comandante da PM, coronel Wolney Dias, é um profissional íntegro.
“Nada me tira da cabeça que aquilo foi um acerto de contas”, afirmou o ministro da Justiça. Na tentativa de comprovar sua suspeita, Torquato disse ter chamado a atenção sobre detalhes do crime em recente encontro com Pezão e Sá. “Ninguém assalta dando dezenas de tiros para cima de um coronel à paisana, num carro descaracterizado”, argumentou Torquato. “O motorista era um sargento da confiança dele.”
Teixeira, na realidade, vestia farda. Quem estava à paisana era o cabo Nei Filho, que dirigia o carro. A versão oficial, divulgada até agora, é a de que houve reação a uma tentativa de assalto iniciada por quatro pessoas. A polícia prendeu um suspeito de envolvimento no assassinato.
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40º - Istambul
Com 65,23 pontos está Istambul, na Turquia. A cidade ocupa a 40ª colocação. Foto: Osman Orsal/Reuters
39º - Cidade do México
A capital mexicana está na 39ª posição, com 65,52 pontos. Foto: Edgard Garrido/Reuters
38º - São Paulo
São Paulo aparece na 38ª posição, com 66,30 pontos Foto: Tiago Queiroz/Estadão
37º - Rio de Janeiro
Já o Rio está um pouco acima, com 66,54. Foto: Foto: Silvia Izquierdo|AP
36º - Kuwait
Na 36ª posição, está a cidade do Kuwait, com 67,651 pontos. Foto: REUTERS/Jassim Mohammed
35º - Santiago
Santiago aparece na 35 posição. A capital chilena tem 70,03 pontos Foto: Ueslei Marcelino/ Reuters
32º - Pequim
A capital chinesa, Pequim, aparece na 32ª posição, com 72,06 Foto: REUTERS/Jason Lee
31º - Kuala Lumpur
Kuala Lumpur, maior cidade da Malásia, tem a marca de 73,11 Foto: REUTERS/Olivia Harris
30º - Doha
Já em Doha, no Catar, o indicador sobe para 73,59 Foto: REUTERS/Jacky Naegelen
29º - Buenos Aires
Buenos Aires, capital argentina, ocupa a 29ª colocação, com 76,35 Foto: Marcos Brindicci/Reuters
28º - Abu Dhabi
Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, aparece em 28º, com 76,91 Foto: REUTERS/Ahmed Jadallah
27º - Roma
A capital da Itália, Roma, está em 27º, com 78,67 Foto: Alessandro Biachi/Reuters
25º - Milão
Já em Milão, também na Itália, o índice sobe para 79,30 Foto: Isabella de Maddalena/NYT
24º - Paris
Na capital francesa, o indicador é de 79,71 Foto: Thomas Samson/AFP
23º - Washington
Em Washington, capital dos Estados Unidos, o índice é 80,37 Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
22º - Taipé
O indicador sobe para 80,70 em Taipé, Taiwan, que ocupa a 22ª colocação Foto: REUTERS/Pichi Chuang
21º - Nova York
Nova York aparece em 21º, com indicador de 81,01 Foto: Gary Hershorn/Reuters
20º - Londres
A seguir está Londres, que entra no top 20, com índice de 82,10 Foto: REUTERS/Eddie Keogh
18º - Los Angeles
Já em Los Angeles, também nos EUA, a pontuação é de 82,26 Foto: AFP PHOTO/Mark RALSTON
16º - Wellington
Em Wellington, na Nova Zelândia,a pontuação é de 83,18 Foto: REUTERS/David Gray
14º - Seul
Já Seul, na Coreia do Sul, registra 83,61 Foto: REUTERS/Kim Hong-Ji
13º - Barcelona
Em Barcelona, na Espanha, o indicador é de 83,71 Foto: Luis Gene/AFP
12º - Madri
Logo acima está a capital espanhola Madri, com 83,88 Foto: Juan Carlos Hidalgo/EFE
11º - Frankfurt
Em Frankfurt, na Alemanha, o indicador é de 84,86 Foto: REUTERS/Kai Pfaffenbach
10º - Zurique
Já em Zurique, na Suíça, o índice sobe para 85,20 Foto: REUTERS/Arnd Wiegmann
9º - Hong Kong
Hong Kong ocupa a 9ª colocação, com indicador calculado em 86,22 Foto: Booby Yiip
8º - Estocolmo
Estocolmo, na Suécia, fica na 8ª posição, com 86,72 Foto: JESSICA GOW / TT/AFP
7º - Sydney
Na 7ª posição está Sydney, na Austrália, com 86,74 Foto: Felipe Mortara/Estadão
6º - Amsterdã
A sexta colocação é ocupada por Amsterdã, na Holanda, que marca 87,26 Foto: Michael Kooren/Reuters
5º - Melbourne
E a quinta posição fica com Melbourne, também na Austrália, que registra 87,30 Foto: David Gray/Reuters
2º - Singapura
Em segundo lugar, ficou Singapura, com indicador calculado em 89,64 Foto: Edgard Su/Reuters
1º - Tóquio
E na primeira posição está Tóquio, capital do Japão, cujo índice é de 89,80 Foto: REUTERS/Toru Hanai
34º - Xangai
Acima está Xangai, na China, com 70,93 Foto: Carlos Barria/Reuters
33º - Atenas
Na capital da Grécia, o indicador sobe para 71,9 Foto: REUTERS/Alkis Konstantinidis
26º - Dallas
Dallas, no Texas, aparece em 26º, com indicador de 78,73 Foto: fcn80/Wikimedia Commons
19º - Chicago
A cidade de Chicago, nos Estados Unidos, ocupa a 19ª colocação, com 82,21 pontos Foto: REUTERS/Jim Young
17º - Bruxelas
Bruxelas, capital da Bélgica, ocupa a 17ª posição, com 83,01 Foto: Nicolas Lambert/AFP
15º - San Francisco
San Francisco, nos Estados Unidos, entra para a 15ª colocação, com indicador de 83,55 Foto: Robert Galbraith/Reuters
4º - Toronto
Toronto, no Canadá, ocupa a quarta colocação, com 87,36 Foto: REUTERS/Mark Blinch
3º - Osaka
Na terceira colocação está Osaka, no Japão, que registra 88,87 Foto: Kosuke Okahara/NYT
Torquato disse ter certeza de que a situação no Rio vai melhorar com o apoio do governo federal e uma “interface” com as Forças Armadas. “Podem me cobrar no fim de 2018”, comentou. “Mas a virada da curva ficará para 2019, com outro presidente e outro governador. Com o atual governo do Rio não será possível. Já tivemos ali conversas duríssimas. Não tem comando.”
No seu diagnóstico, a campanha eleitoral de 2018 será dominada por dois grandes temas: economia e segurança pública. “A segurança já passou a saúde”, observou Torquato.
Reação
O governador e o secretário reagiram. Pezão afirmou, em nota, que o Estado e o comando da polícia “não negociam com criminosos”, ressaltando que “o comandante da PM, coronel Wolney Dias, é um profissional íntegro”. Destacou, ainda, que o ministro nunca o procurou para tratar do assunto abordado.
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O governador frisou também que as escolhas de comandos de batalhões e delegacias fluminenses são decisões técnicas e que jamais recebeu pedidos de deputados para tais cargos.
O secretário Sá disse que as declarações de Jardim causaram “indignação”. “Roberto Sá refuta totalmente as interferências políticas, tendo colocado como premissa básica para assumir o cargo a total autonomia para a escolha dos comandados. Sá reafirma que o Comandante-geral possui autonomia para as escolhas de comandantes de batalhões, feitas por critérios técnicos”, afirma a nota da pasta.
“A despeito de todas as crises pelas quais o Estado passa, incluindo a financeira, que afeta diretamente a remuneração dos agentes públicos, bem como qualquer investimento ou custeio, a Secretaria de Segurança, por meio do incessante trabalho das Polícias Civil e Militar, vem mantendo a produtividade em ações, bem como conseguindo reverter a tendência de aumento de alguns indicadores”, acrescentou Sá.