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Morte de turista em Copacabana ganha destaque na Argentina

Laura Pamela Viana era natural de Fontana, na fronteira com o Paraguai; ela foi abordada na praia, de madrugada

Por Rodrigo Cavalheiro
Atualização:
Polícia faz buscas na praia de Copacabana, no Rio, após o assassinato de uma turista argentina Foto: FABIO MOTTA/ESTADÃO

BUENOS AIRES - A argentina Laura Pamela Viana, morta na Praia de Copacabana em um assalto na madrugada de terça-feira, 13, viajou no sábado 11 horas de ônibus com o marido, Sergio Plutt, e o único filho, Alejo, de 4 anos, até São Paulo, onde tomou um avião para chegar ao Rio no domingo. O percurso e cada dia de férias no Brasil estão documentados com fotos no perfil de Sergio no Facebook e foram reproduzidos com destaque nos meios de comunicação argentinos. 

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Moradores de Fontana, cidade de 30 mil habitantes na fronteira com o Paraguai, eles se hospedaram com quatro amigas em Copacabana, onde pretendiam passar uma semana. "Pame", como era conhecida pela família e pelos amigos, trabalhava em um call center.

Depois de receber na rede social várias mensagens de solidariedade e alguns desabafos contra as condições de segurança no Brasil, Sergio respondeu em um post com a foto do filho: "Tanta paz, tranquilidade e tanta inocência você tem, peço que dê um pouco para me fortalecer e seguir adiante. Você vai ser tudo nesse mundo e a sua mãe nos dará a luz necessária para sair desse momento horrível em que estamos". Sergio e Pamela estavam casados desde março de 2010.

O perfil de Pamela e as circunstâncias da morte estiveram durante o dia em destaque no site dos principais jornais e na televisão argentinos. Um dos pontos mais enfatizados era a proximidade do ataque, feito por dois homens, do Hotel Copacabana Palace. Questionado no canal TN sobre a segurança no local de madrugada, o cônsul argentino Sebastián D'Alessio disse por telefone que a zona apresenta vigilância durante o dia. 

"De madrugada há pouca circulação e é uma praia larga e extensa. Provavelmente elas não tiveram em quem se apoiar ao serem abordadas", afirmou o cônsul. Pamela estava em um grupo de quatro mulheres na praia. "Ela reagiu ao roubo", assegurou D'Alessio, que considerou o caso "excepcional". "O normal em Copacabana são furtos, não um homicídio", disse o argentino. A punhalada de um dos assaltantes atingiu o coração de Pamela, que morreu no hospital. 

Durante o dia, o foco da mídia argentina saiu do Rio e recaiu sobre a cidade natal da família, que fica na região metropolitana de Resistencia, de 300 mil habitantes, capital da Província del Chaco. O próprio prefeito de Fontana, Antonio Rodas, encarregou-se de mediar o transporte do corpo. Ao jornal local 'Diario Norte', ele afirmou que o crime teve impacto inédito no município. “A comunidade de Fontana está em choque", salientou. Segundo ele, o corpo chegará em avião a Buenos Aires e será transportado em outro voo para Resistencia.

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