MP deflagra operação contra PMs acusados de envolvimento com tráfico

16 policiais são acusados de receber dinheiro para não reprimir venda de drogas; grupo atuava em Niterói

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Por Constança Rezende
Atualização:

RIO - O Ministério Público do Rio de Janeiro deflagrou nesta quinta-feira, 30, uma operação, em conjunto com a Corregedoria da Polícia Militar e a Coordenadoria de Inteligência da Polícia Militar, para cumprir 39 mandados de prisão preventiva. Os alvos foram 16 policiais militares, 20 acusados de tráfico de drogas e três suspeitos de ser informantes. Os policiais militares são acusados de receber dinheiro para não reprimir traficantes. 

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Segundo o MP, o grupo atuaria em Niterói, na região metropolitana do Rio. A maioria dos PMs envolvidos são lotados no 12º BPM (Niterói), mas há policiais do 7º BPM (São Gonçalo), do 35º BPM (Itaboraí), e do Batalhão de Choque. Além disso, segundo a denúncia, os PMs vendiam a traficantes as armas que eventualmente apreendiam em incursões. Ainda de acordo com o MP, eles também recebiam dos informantes, chamados de X-9s, informações sobre crimes de outros traficantes. O objetivo era de que os PMs pudessem localizá-los e extorquir-lhes dinheiro.

Os PMs foram acusados pelo MP pelos crimes de organização criminosa para a prática de tráfico de armas, corrupção passiva, prevaricação, receptação e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito Foto: Salvador Scofano/Polícia Militar

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A operação, que teve o nome de Dark of the City, foi feita a partir de uma investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão nos endereços residenciais dos acusados e, no caso dos policiais, em seus carros particulares, viaturas e armários que ocupam nos batalhões. 

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Os PMs foram acusados pelo MP pelos crimes de organização criminosa para a prática de tráfico de armas, corrupção passiva, prevaricação, receptação e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Já os 23 civis foram denunciados por organização criminosa para prática de tráfico de entorpecentes e de armas, roubos, receptação e corrupção ativa.

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