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Número de policiais militares assassinados no Rio cresce 12%

Em 2013, 129 PMs morreram, contra 115 no ano retrasado. Só em 2014, 73 foram mortos no Estado: a maioria deles estava de folga

Por Tiago Rogero
Atualização:
Neste ano, 73 PMs foram mortos no Estado do Rio Foto: Fabio Motta/Estadão

RIO - O número de policiais militares assassinados no Rio, em serviço ou de folga, tem crescido nos últimos anos. Em 2013, 129 PMs morreram: 12,2% a mais que no ano anterior, quando 115 militares perderam a vida. Em relação a 2011, o aumento foi de 19,5%. Só este ano, 73 PMs foram mortos no Estado do Rio - o último deles na segunda-feira, o subtenente Marcelo Dantas dos Santos, de 47 anos, do 9º Batalhão de Polícia Militar (PM), na zona norte da capital.

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A PM divulgou os dados, mas informou não ser possível detalhá-los mês a mês - o que impossibilita a comparação entre os números deste ano e do mesmo período de 2013, para verificar se a tendência de crescimento persiste. Os primeiros meses deste ano, entretanto, já têm um recorde negativo: o número de PMs mortos em serviço em Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), cinco - todos na região dos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte -, é o maior já registrado em um ano desde a criação do programa, em 2007.

Desaparecido. Entre os 73 mortos contabilizados até agora em 2014 (14 estavam em serviço e 59 de folga), a PM informou não ter incluído o soldado Douglas Costa Silva, de 22 anos, que trabalhava em uma das UPPs do Alemão, a do Morro da Fazendinha, e está desaparecido desde a madrugada de segunda-feira. Ele saía de uma festa com dois amigos em Duque de Caxias (cidade na Baixada Fluminense) quando foi abordado por quatro homens. Armado, Douglas foi identificado como PM. 

Os amigos foram torturados e liberados. Douglas sumiu. Nesta terça, policiais encontraram um corpo carbonizado dentro de um carro em Belford Roxo, também na Baixada. A Divisão de Homicídios da Polícia Civil pediu exame de DNA que, segundo a corporação, só ficará pronto entre 15 e 30 dias. Apesar da própria PM ter informado inicialmente que o corpo “pode ser do soldado Douglas”, tanto a entidade quanto a Polícia Civil ainda não confirmam tratar-se do PM.

Último caso. O subtenente Marcelo Dantas foi executado a tiros de pistola e fuzil durante suposta tentativa de assalto na noite de segunda em Fazenda Botafogo, na zona norte. O corpo estava ao lado do carro da vítima, em frente a uma agência bancária. A polícia investiga as hipóteses de latrocínio ou execução. Há a informação de que o chefe do tráfico local, Celso Pinheiro Pimenta, o Playboy, teria ordenado o assassinato de PMs que trabalham ou moram na região.

Dantas não estava em serviço, assim como a grande maioria dos militares mortos no Estado. Em 2013, dos 129 PMs assassinados, 111 morreram fora do horário de trabalho, em execuções ou casos de resistência a tentativas de assalto. Entre os casos de mortos ou feridos em serviço este ano, a maioria foi em UPPs. Até o comandante de Polícia Pacificadora, coronel Frederico Caldas, já foi vítima. Em fevereiro passado, sofreu ferimento leve no rosto após tiroteio na favela da Rocinha. 

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