OAB classifica como 'cenas de barbárie' ação no Rio

Entidade pede ao Ministério Público apuração de operação na Favela da Coréia

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção Rio, Wadih Damous, classificou de "cenas de barbárie" as imagens de dois homens perseguidos por helicóptero e mortos durante operação policial na Favela da Coréia, que deixou nesta quarta-feira 12 mortos, entre eles um menino de 4 anos e um policial. Ele informou que a Comissão de Direitos Humanos da entidade vai entregar representação ao Ministério Público, pedindo apuração e esclarecimento do caso. Mãe chora morte do filho, com bebê no colo 'Bandido que não tem medo não conheceu o Bope', diz ex-comandante  Imagens da operação na Favela da Coréia  "Vamos requisitar à Rede Globo cópia do DVD com as cenas da execução. Aos meus olhos, não ocorreu uma ação policial. As imagens mostram dois homens desarmados, que não ofereciam risco, tentando escapar, quando foram mortos. Eles foram castigados", afirmou Damous. De acordo com o Secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, os homens estavam armados de pistola e encurralavam uma equipe policial, quando o helicóptero interveio. A organização não-governamental Justiça Global distribuiu nota em repúdio à ação policial. O texto, assinado por outras 30 entidades, deputados estaduais e vereadores, critica a "carta branca" que o governador Sérgio Cabral teria dado "para as incursões de extermínio da polícia". "Há 10 meses a população do Rio de Janeiro vem assistindo a repetidas execuções sumárias de supostos traficantes. As ações da policia têm provocado medo e terror nas comunidades, impedido o funcionamento de escolas públicas e fechado o comércio local assim como aconteceu no Complexo do Alemão", diz o documento. Ainda de acordo com o texto, o relator especial da ONU sobre execuções sumárias, Philip Alston, estará no Rio a partir de 7 de novembro para acompanhar "as denúncias de violência geradas pela atual política de segurança pública". Poder de fogo Quatro policiais ficaram feridos e 13 pessoas foram presas. A própria polícia ficou surpresa com o poder de fogo dos traficantes, já que em muitos pontos da favela policiais foram encurralados pelos traficantes e precisaram pedir reforços e munição. O próprio comandante da operação, delegado Allan Turnowski, teve de solicitar o apoio do helicóptero da Polícia Civil para conseguir sair do interior da favela. "A atuação do helicóptero tem que ser muito elogiada. Ele foi usado de forma a não permitir que os traficantes pulassem muros. Em um determinado momento, eles pousaram o helicóptero, desceram para a infantaria e voltaram para o helicóptero para sobrevoar a área", disse Turnowski. Imagens da TV Globo mostram um dos momentos mais tensos da operação aconteceu por volta das 11 horas. Policiais que estavam no helicóptero trocavam tiros com traficantes que se escondiam dentro de casas, e fugiam para a mata, na tentativa de escapar da mira dos policiais. Durante a operação, foram apreendidos pela polícia uma metralhadora ponto 30, cinco fuzis, seis pistolas, quatro granadas e munição. var keywords = "";  

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.