Operação com 700 policiais na Penha e no Alemão tem 15 presos

Objetivo de ação é combater tráfico de drogas nos dois complexos de favelas da zona norte do Rio de Janeiro; suspeito foi morto

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Por Constança Rezende
Atualização:
Mais de 10 favelas formam o Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro Foto: Fábio Motta/Estadão

RIO - As polícias Civil e Militar empregaram ontem 700 policiais em operação contra traficantes do conjunto de favelas dos complexos da Penha e do Alemão, zona norte do Rio. Nos tiroteios registrados de manhã, um suspeito morreu e um ficou ferido. A polícia anunciou a prisão de 15 homens envolvidos com as quadrilhas que atuam nas favelas da área, uma das mais violentas da Região Metropolitana do Rio.

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Batizada Operação Esparta II, a ação durou cerca de quatro horas e teve o objetivo de cumprir 15 mandados de prisão nas comunidades Parque Proletário, Vila Cruzeiro, Fazendinha e Nova Brasília, além de reprimir os criminosos que costumam atirar contra policiais militares das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nos complexos.

O delegado Reginaldo Guilherme, da 22ª Delegacia de Polícia (DP), na Penha, disse que a investigação iniciada em meados do ano passado resultou na identificação dos bandidos que têm atacado os policiais. A operação foi a maior realizada este ano pelas polícia do Rio na área do Alemão.

“Conseguimos identificar e prender criminosos responsáveis por efetuar diariamente disparos contra policiais das UPPs e fazer emboscadas. Esses homens não têm amor à vida, são violentos. Os policiais sofrem com esses ataques e, por isso, fomos coibir a ação desses criminosos”, disse Guilherme.

No último dia 8, o soldado Evaldo César Silva Moraes Filho, da UPP do Alemão, foi assassinado com um tiro na cabeça, quando chegava à favela para trabalhar. Tinha 27 anos. Um dia antes, a moradora Elaine Cristina de Souza, de 34 anos, foi morta ao ser atingida por uma bala perdida, durante tiroteio na comunidade. Durante o enterro do policial, o secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, declarou que “hoje, no Rio, o policial não morre mais em confronto: a palavra certa é tocaia”.

A ação de ontem foi planejada pela da 22ª Delegacia, com o apoio dos departamentos gerais de Polícia da Capital e de Polícia Especializada, da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP). De acordo com o delegado, a operação foi um desdobramento de outra realizada em 24 de setembro do ano passado, quando policiais prenderam 27 pessoas acusadas de envolvimento com o tráfico de drogas na região.

De acordo com o delegado, havia mandados de prisão contra o homem morto e o ferido, que não tiveram os nomes divulgados. “Eles reagiram à abordagem policial. Um deles foi atingido nas duas pernas e o outro levou um tiro no fêmur e não resistiu. Os criminosos ainda obrigaram um morador sair da comunidade para procurar socorro médico para o homem. Assim que entramos no complexo, fomos recebidos com bombas arremessadas contra as nossas viaturas”, contou o delegado.Uma nova operação, para o comprimento de mais 15 mandados, ocorrerá nos próximos dias, afirmou Guilherme. A ação de ontem foi o desdobramento da realizada em 24 de setembro do ano passado, quando policiais prenderam 27 envolvidos com o tráfico de drogas na região.

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