Operação policial no Rio tem morte e 'caveirão' queimado

Foi o quinto dia seguido de confrontos entre policiais e criminosos no Jacarezinho, após ação da Força Nacional

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Por Fabio Grellet
Atualização:
Jacarezinho tem confrontos entre policiais e criminosos Foto: TASSO MARCELO/ESTADÃO

RIO - Um morador morreu atingido por uma bala perdida, uma mulher foi ferida no rosto e um veículo blindado da Polícia Civil (“caveirão”) foi atacado e incendiado por criminosos durante uma operação policial na favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio, na tarde desta terça-feira, 15. Um helicóptero da Polícia Civil, que dava apoio à ação, teve de pousar duas vezes, por suspeita de que tivesse sido atingido por tiros. Nenhum disparo, porém, acertou a aeronave.

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Foi o quinto dia seguido de confrontos entre policiais e criminosos no Jacarezinho. Na última sexta-feira, 11, a Polícia Civil e a Força Nacional fizeram uma operação contra o roubo de cargas e o tráfico de drogas em Manguinhos e no Jacarezinho. Entre as quinze pessoas presas, está um homem considerado pela polícia o maior receptador de cargas roubadas na região. Também foram apreendidos 38 veículos roubados, além de grande quantidade de drogas.

Por volta das 13h30, quando a operação já havia terminado, começou uma intensa troca de tiros no Jacarezinho e a polícia voltou à favela. O policial civil Bruno Guimarães Buhler, de 36 anos, integrante da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), morreu durante esse confronto do início da tarde. Atingido no pescoço, ele chegou a ser socorrido ao Hospital Geral de Bonsucesso (zona norte), mas morreu enquanto era atendido. Na mesma ocasião, dois moradores - entre eles um menino de 13 anos - foram atingidos por balas perdidas.

Desde então, em todos os dias houve operações policiais e confrontos na comunidade. No sábado, um tiroteio que começou à tarde se estendeu por pelo menos duas horas. Pelas redes sociais, moradores da região relataram o pânico gerado pelo episódio. Na madrugada de domingo, houve novos confrontos. No mesmo dia, em parceria com a Polícia do Distrito Federal, a Polícia Civil do Rio prendeu na cidade goiana de Luziânia um homem considerado o principal chefe do tráfico no Jacarezinho.

Os confrontos se repetiram na segunda-feira, 14. À noite, um corpo carbonizado foi encontrado dentro de um veículo abandonado e incendiado na favela.

Nesta terça, policiais civis da Core, da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) e da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) fizeram mais uma operação na favela. No início da tarde, um blindado que seguia pela rua Comandante Gracindo de Sá foi atacado com um coquetel molotov e pegou fogo.

Um homem que trabalhava como verdureiro e era conhecido como Tião foi atingido por balas perdidas e morreu. Até as 19h45 desta terça-feira ele não havia sido identificado oficialmente pela Polícia Civil. Uma mulher, identificada como Ana Carolina Pereira dos Santos, de 30 anos, foi baleada de raspão no rosto e encaminhada para o Hospital Geral de Bonsucesso. Até as 19h45 não havia detalhes sobre seu estado de saúde.

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Com o acirramento do confronto, o Batalhão de Choque da PM foi chamado para intervir. Até a noite desta terça-feira, porém, não havia informações sobre presos nem sobre outras pessoas feridas.

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