Pezão pede punição mais dura para assassinos de policiais

Em um fim de semana violento no Rio de Janeiro, nove agentes foram atacados por criminosos - quatro deles morreram

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Por Ronald Lincoln Jr
Atualização:

RIO - Após um fim de semana violento no Estado do Rio de Janeiro - que acabou com quatro policiais mortos entre nove atacados por criminosos -, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) pediu "penas mais fortes" para coibir a violência contra policiais. Pezão lembrou nesta segunda-feira, 23, após reunião com a Comissão de Coordenação do Comitê Olímpico, que o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, levou ao Congresso uma proposta para discutir o endurecimento das punições para esse tipo de crime.

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"Temos que ter penas mais fortes, que desestimulem a atirar contra policiais, principalmente dentro das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), (em favelas) que eram lugares que estavam abandonados por décadas", afirmou Pezão. Ele disse que vai se reunir com o comandante da Polícia Militar, coronel Pinheiro Neto, e com Beltrame na noite desta segunda-feira. "Temos que lamentar. Sou contra a violência contra qualquer cidadão."

Violência. Na manhã deste domingo, 22, o policial civil Thiago Thomé de Deus, de 29 anos, foi assassinado no bairro Cubango, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, quando voltava de carro do sambódromo, onde havia assistido aos desfiles das escolas de samba campeãs do carnaval.

Thomé de Deus estava com a mulher no veículo e foi baleado por um homem armado que anunciara o assalto. O policial, que era da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense, tentou usar sua arma, que teria falhado. Não foram divulgadas informações sobre a mulher dele.

No centro de Mesquita, município na Baixada Fluminense, o agente da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis Cid Jackson da Silva, de 53 anos, foi morto a tiros na tarde de sábado, 21, durante um assalto. Ele teria sido reconhecido como policial e por isso o ladrão o matou. Outra hipótese é de que Silva tenha reagido à investida dos assaltantes.

Governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO

Nos dois casos, policiais civis foram às localidades na tentativa de colher informações que levem aos assassinos, mas não foram divulgadas as linhas de investigação.

No município de Nova Iguaçu, vizinho a Mesquita, na Baixada, três policiais militares de folga foram alvejados ao sair de uma padaria, na manhã de domingo. Três homens anunciaram um assalto ao estabelecimento e eles sacaram as armas. Os criminosos, porém, foram mais rápidos.

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Houve troca de tiros. Um deles, o soldado Pedro Gabriel Ferreira, de 25 anos, morreu. Um segundo ficou ferido e está internados no Hospital Geral de Nova Iguaçu. O terceiro ficou em estado de choque e precisou ser medicado.

O último caso ocorreu por volta das 15h30 deste domingo. O policial militar Alan Barros da Silva foi assassinado em uma tentativa de assalto na Praia do Amor, embaixo da Ponte da Joatinga, na zona oeste do Rio.

Segundo informações do 31º Batalhão de Polícia Militar, Silva atuava no Batalhão de Grandes Eventos (BPGE) e chegou a ser levado para o Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, mas não resistiu aos ferimentos.

A Divisão de Homicídios da Capital (DH) está investigando a morte de Silva. Segundo a Polícia Civil, a perícia no local foi realizada neste domingo e agentes fizeram diligências para tentar identificar o autor do crime.

A polícia também apura o assassinato do guarda municipal José Borges dos Santos, de 56 anos, encontrado baleado no sábado dentro de uma lata de lixo na Favela da Rocinha, na zona sul do Rio. O corpo foi enterrado na tarde deste domingo.

Na Favela da Chatuba, na Penha, zona norte do Rio, três PMs foram baleados em uma troca de tiros durante uma operação de rotina, na madrugada deste domingo. Eles não correm risco de morrer, de acordo com a PM.

Os policiais feridos trabalham na UPP da Chatuba. Na região, ainda há traficantes que resistem à ocupação.

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