Pezão volta a negar possibilidade de racionamento no RJ

Governador diz que estão sendo estudadas medidas de emergência, como captação de água de reúso; nível do Paraibuna chegou a zero

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Por Felipe Werneck
Atualização:

RIO - O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), voltou a negar nesta sexta-feira, a hipótese de racionamento de água para a população, mas afirmou que "diversas empresas foram alertadas há dois anos para fazerem novas captações e algumas obras por causa da estiagem". Na quinta-feira, 22, o secretário estadual de Ambiente, André Corrêa, havia admitido reflexos da crise hídrica que atinge o Estado no abastecimento de grandes indústrias como a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) e a Gerdau, em Santa Cruz, na zona oeste da capital. Nesta sexta-feira, o secretário admitiu que pode haver racionamento caso não chova nos próximos seis meses.

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Apesar de afirmar que não há risco de racionamento, Pezão disse que estão sendo estudadas medidas de emergência para "fortalecer o abastecimento" como a captação de água de reúso da Estação de Tratamento de Esgoto da Alegria, no Caju, na zona norte do Rio. Outra possibilidade é o uso do reservatório da Represa de Ribeirão das Lajes, em Piraí, que está sendo poupado e, segundo o governador, poderia abastecer a capital "por uns três meses".

Na quarta-feira, 21, o nível do Reservatório de Paraibuna, o maior dos quatro que abastecem o Estado do Rio, chegou a zero pela primeira vez desde 1978, quando ele foi inaugurado, e a captação avançou sobre o volume morto.

O governador do Rio,Luiz Fernando Pezão (PMDB) Foto: Wilton Júnior/Estadão

"Nunca enfrentamos algo assim. Mas a gente acredita que atravesse o ano mesmo que a chuva não venha na intensidade que estamos esperando. Tomamos uma série de medidas e estamos atravessando esse período de seca com manobras, vendo as horas de transferir de um reservatório para outro", disse Pezão, durante a posse do procurador-geral de Justiça do Estado, Marfan Martins Vieira. 

"Estamos conseguindo passar por esse período muito bem até agora. Vamos começar a intensificar uma grande campanha para as pessoas não desperdiçarem água. Tenho conversado com especialistas que acham que vai chover muito até maio", disse o governador.

Ele afastou a possibilidade de o governo adotar a proposta defendida pelo Secretário do Ambiente de um novo modelo de cobrança pelo uso da água, com descontos para quem consome menos e sobretaxa para quem consome mais. "Não está previsto aumento da tarifa. Não é uma medida que vamos tomar neste ano. Neste momento não é necessário."

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