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PM exonera comandante após vídeo de morte de jovem

Luiz Garcia Baptista era responsável por região da favela onde adolescente foi alvejado; imagens contrariam versão da polícia 

Por Carina Bacelar
Atualização:

RIO - O comando da Polícia Militar exonerou nesta quinta-feira, 26, o comandante do 9º Batalhão, tenente-coronel Luiz Garcia Baptista, um dia depois da divulgação de um vídeo que mostra um adolescente sendo morto por tiros disparados durante uma operação na Favela da Palmeirinha, em Honório Gurgel, zona norte do Rio de Janeiro. O batalhão é responsável pela região onde fica a comunidade. Antes de ser exonerado do cargo, o comandante havia afastado nove homens que teriam participado da operação de suas funções de patrulhamento.

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Na ação, ocorrida na sexta-feira da semana passada, 20, policiais atingiram Alan de Souza Lima, de 15 anos, que foi morto. Também foi baleado um amigo do rapaz, o vendedor de mate Chauan Jambre Cesário, de 19 anos, ferido no peito, mas que passa bem. Nas imagens, é possível ver que o adolescente não estava armado.

Mesmo assim, os policiais registraram o caso na 29ª Delegacia de Polícia (Madureira) como auto de resistência e apresentaram uma pistola e um revólver na delegacia.

Não havia energia elétrica na comunidade. Quatro amigos, entre os quais Lima e Cesário, conversavam no portão da casa de um deles quando começaram os disparos. A gravação mostra o grupo fazendo brincadeiras até que começa o tiroteio. Apesar de o celular ter caído, continuou gravando. O aparelho registrou uma conversa em que policiais militares questionam as vítimas sobre a razão pela qual estavam correndo.

Após a divulgação do vídeo, a Corregedoria da Polícia Militar apreendeu as armas dos policiais que participaram da ação. Na versão da polícia, os jovens seriam suspeitos de integrar a quadrilha que controla o tráfico de drogas na comunidade e portariam armas.

Cesário chegou a ser detido, acusado de porte ilegal de arma. Foi libertado na segunda-feira, 23, após seu advogado entrar na Justiça com um pedido de relaxamento da prisão, que foi acatado.

O celular caiu, mas seguiu gravando e registrou conversa em que policiais militares questionam as vítimas sobre a razão pela qual estavam correndo Foto: Reprodução
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