PM reassume policiamento completo da Vila Kennedy, no Rio

Comunidade na zona norte da capital fluminense foi considerada "tubo de ensaio" das Forças Armadas desde o início da intervenção federal, em fevereiro; Militares do 14º BPM assumem região a partir desta terça-feira

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Por Paulo Roberto Netto
Atualização:

SÃO PAULO - A Polícia Militar do Rio de Janeiro reassumiu o policiamento da Vila Kennedy, comunidade considerada "tubo de ensaio" das Forças Armadas desde o início da intervenção federal, em fevereiro. A comunidade na zona norte do Rio passará a contar a plena atuação dos militares do 14º BPM a partir desta terça-feira, 15.

A Vila Kennedy, favela de 41 mil habitantes que nasceu de um conjunto habitacional dos anos 1960, foi considerada um "tubo de ensaio" e alvo de constantes operações conjuntas entre a Polícia Militar e as Forças Armadas Foto: Wilton Junior / Estadão

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Em nota, o Gabinete de Intervenção Federal informa que as primeiras fases da atuação na comunidade buscou "recuperar a capacidade operativa dos órgãos de segurança pública" e "reduzir os índices de criminalidade" na região. "A nova etapa do processo - iniciado em fevereiro pela Intervenção Federal - prevê a retomada das áreas de atuação do batalhão, incluindo as comunidades Vila Kennedy e do Batan."+ Alvo dos militares, Vila Kennedy expõe desafio na segurança no Rio

A Vila Kennedy, favela de 41 mil habitantes que nasceu de um conjunto habitacional dos anos 1960, foi considerada um "tubo de ensaio" e alvo de constantes operações conjuntas entre a Polícia Militar e as Forças Armadas.+ Tropa está na rua porque sensação de segurança não voltou, diz interventor

Em fevereiro, os moradores foram "fichados" durante pelos militares ao ter os rostos e documentos fotografados. À época, a Defensoria Pública do Rio afirmou que a prática configurava constrangimento ilegal e remetia às práticas da ditadura militar (1964-1985). O Comando Militar do Leste, por sua vez, respondeu que ação era legal e feita regulamente.+ 'Fichamento de moradores de favelas parece prática da ditadura militar', diz defensoria

No mês seguinte, uma operação da Prefeitura do Rio na região, com apoio dos militares, demoliu barracas e quiosques de comerciantes informais da Praça Miami, no centro da comunidade, que não tinham licença. A atuação causou revolta e comoção entre os moradores da Vila Kennedy. No mesmo dia, à noite, o prefeito Marcelo Crivella (PRB) se desculpou pela ação dos agentes municipais, condenou o "uso desproporcional da força" e disse que a ideia foi da Polícia Militar.+ Prefeitura do Rio promete reconstruir feira na Vila Kennedy

De acordo com o Gabinete de Intervenção Federal, as ações na Vila Kennedy nos últimos meses resultaram em 21 prisões em flagrante, recuperação de 844 motos e 791 carros, apreensão de 892 quilos de maconha, além de cocaína e crack. Além disso, a pasta diz que realizou a capacitação de policiais militares e reforço na infraestrutura do 14º Batalhão, que contará com novos veículos, munições e fuzis.

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