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PM vai patrulhar ruas do centro com agentes a cavalo e de bicicleta

Policiais também atuarão sem farda; entre sábado e segunda, ao menos 18 menores foram apreendidos e 12 homens foram presos

Por Carina Bacelar
Atualização:

RIO - A Polícia Militar do Rio de Janeiro anunciou que vai patrulhar ruas do centro da cidade com agentes a cavalo e de bicicleta para coibir os assaltos na região. Outra estratégia será o emprego de policiais sem farda, que vão tentar identificar suspeitos com facas e prender acusados de vender produtos roubados.

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Entre a manhã de sábado, 2, e a tarde desta segunda-feira, 4, ao menos 18 menores de idade foram apreendidos e 12 homens, presos no centro do Rio. Com um dos menores de 18 anos de idade a polícia encontrou um revólver calibre 32.

Frequentada por assaltantes e grupos de adolescentes que praticam roubos e furtos, a região tem policiamento reforçado desde que um homem foi esfaqueado na Avenida Rio Branco, na quinta-feira, 30, durante ataque desses jovens. Nesta segunda-feira, 28 policiais militares e seis e carros paravam em pontos estratégicos e faziam rondas na área.

Segundo a PM, de janeiro a abril deste ano, 290 pessoas foram presas e 109 menores, apreendidos no centro do Rio; só na Avenida Rio Branco, houve 22 prisões e 8 apreensões Foto: Wilton Júnior/Estadão

Os assaltos a pedestres na região são uma "constante", como definiu policial de delegacia no centro. As investigações da Polícia Civil indicam que os adolescentes de 15 a 18 anos - às vezes há um maior de idade entre eles - vêm de comunidades carentes da Baixada Fluminense e da zona norte carioca, como o Complexo do Chapadão, em Costa Barros.

O homem, de 52 anos, foi assaltado em ponto de ônibus na Rio Branco, no fim da tarde. Mesmo sem reagir aos cinco criminosos, foi esfaqueado quatro vezes pelas costas. A vítima foi hospitalizada, mas já recebeu alta.

De acordo com o 5º Batalhão da Polícia Militar, de janeiro a abril deste ano, 290 pessoas foram presas e 109 menores, apreendidos no centro do Rio. Só na Rio Branco, a mais importante avenida da área, houve 22 prisões e 8 apreensões de menores. 

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Segundo os investigadores, os adolescentes não são aliciados por criminosos mais velhos. Eles perambulam por vontade própria para roubar, principalmente celulares e cordões. Costumam atuar desarmados, mas há casos em que atacam com facas e canivetes. O revólver apreendido com um deles é uma exceção. 

Todas as vezes em que são apreendidos, os menores seguem para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente. Os atos infracionais são avaliados pelo Juizado da Infância e da Juventude, que pode interná-los em unidades socioeducativas. Os que não cometem infrações podem ser levados para abrigos municipais - caso de 17 dos apreendidos nos últimos três dias. 

Os objetos roubados são muitas vezes "desovados" no próprio centro. Lojistas de camelódromos vendem celulares sem procedência conhecida e nota fiscal. No sábado, um homem foi preso com seis celulares roubados. Nesta segunda-feira, foram presos mais dois homens com 64 telefones. 

Um estudante de 15 anos esteve nesta segunda-feira na 4ª Delegacia de Polícia (Centro) para registrar roubo sofrido há uma semana, quando foi abordado por um adulto armado na Avenida Presidente Vargas. Horas depois, foi assaltado novamente no centro, dessa vez por adolescente, que desistiu ao constatar que a vítima de fato não tinha mais celular. Alunos como ele, além de mulheres e idosos, considerados mais frágeis, são as principais vítimas dos bandos.

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