PMs do Bope suspeitos devem ser 'extirpados', afirma Beltrame

Investigação já afastou seis policiais por suposta participação em esquema com traficantes durante operação no Morro da Covanca

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Por Carina Bacelar
Atualização:

RIO - O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, afirmou que os policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) suspeitos de corrupção devem ser "identificados e extirpados" da corporação. Beltrame comentou as investigações da Corregedoria da Polícia Militar, que já levaram ao afastamento de seis policiais, durante visita a projetos sociais na sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Providência, na região central, nesta terça-feira, 14.

"Eu entendo que a tropa de elite continua sendo a tropa de elite e nós não podemos misturar. O que nós devemos fazer é o que viemos fazendo, é o que a Corregedoria da PM vem fazendo, que é identificar e extirpar essas pessoas", afirmou o secretário, ressaltando que "não interessa se a pessoa é subcomandante ou soldado, o que interessa é verificar a conduta e identificar a autoria". 

O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) e o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, em visita aos projetos sociais da UPP Providência, na região central do Rio Foto: Fábio Motta/Estadão

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A PM investiga se os majores Marcelo de Castro Corbage - que já foi porta-voz das UPPs e atualmente era subcomandante do Bope - e João Rodrigo Teixeira Sampaio, o capitão Renato Roberto Soares Junior, o cabo Álvaro Luiz Ferreira e os soldados Flávio da Silva Alves e Fábio Vidal Pedro participaram de esquema para levarem R$ 1,8 milhão de traficantes do Morro da Covanca, na zona oeste, durante operação no dia 21 de junho. Todos eles foram expulsos do Bope e vão passar a exercer funções administrativas.

Já o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) declarou que não se pode julgar uma tropa por "seis pessoas que cometem deslizes". "Não tem área que a gente vai deixar de investigar e tirar os maus policiais", disse. 

Crime no metrô. Beltrame lembrou ainda do assassinato do auxiliar de serviços gerais Alexandre Oliveira, de 46 anos, morto a tiros por um assaltante na Estação Uruguaiana.

"A polícia é sempre a ponta da flecha e não há agenda para o combate à violência urbana. Esse rapaz já tinha sido preso, foi solto, voltou e estava aí. A polícia já tinha dado a resposta dela. A agenda carioca de violência urbana não é única e exclusiva da polícia", declarou.