Política de segurança pública no Rio não protege moradores nem policiais, diz Anistia Internacional
'Operações policiais no Rio de Janeiro seguem um padrão de alta letalidade, deixando centenas de pessoas mortas todos os anos', diz órgão
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Por Daniela Amorim (Broadcast)
Atualização:
RIO - A Anistia Internacional divulgou nota neste domingo, 20, condenando a política de segurança pública implementada no Estado do Rio de Janeiro. Segundo o comunicado, o governo tem falhado em proteger a vida tanto dos moradores quanto dos agentes de segurança pública.
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“As operações policiais no Rio de Janeiro seguem um padrão de alta letalidade, deixando centenas de pessoas mortas todos os anos, inclusive policiais no exercício de suas funções. Em geral, são operações altamente militarizadas, que seguem uma lógica de guerra (neste caso, guerra às drogas), que enxerga as áreas de favelas e periferias como territórios de exceção de direitos e que resultam em inúmeros outros abusos além das execuções, tais como invasão de domicílio, agressão física e verbal, e cerceamento do direito de ir e vir”, diz a nota da organização não governamental.
A divulgação do comunicado foi motivada pelo confronto na comunidade de Cidade de Deus, na zona oeste do Rio. Quatro policiais militares morreram na queda de um helicóptero em meio a um tiroteio na favela, neste sábado (19). Neste domingo, os corpos de sete jovens foram encontrados no interior da comunidade, após uma operação policial.
Veja imagens da operação da PM na Cidade de Deus
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A aeronave da PM era usada no apoio a uma operação policial que ocorria na Cidade de Deus ao longo do sábado, 19 de novembro. Foto: Marcelo Carnaval/Agência O Globo
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Na noite de sábado, 19, após a queda do helicóptero, chefes das polícias Civil e Militar se reuniram com autoridades da Secretaria Estadual de Seguran... Foto: Fábio Motta/EstadãoMais
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Da reunião da cúpula,surgiu a ordem para que durante a madrugada fosse feita uma operação policial na Cidade de Deus, realizada por policiais militare... Foto: Fábio Motta/EstadãoMais
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Ao meio-dia de domingo, 20, pelo menos sete corpos haviam sidolocalizados no interior da favela Cidade de Deus.As mortes teriam ocorrido em confronto ... Foto: Fábio Motta/EstadãoMais
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Na foto, o pai de Leandro da Silva, morto durante a operação, o pastor Leonardo Martins. Foto: Fábio Motta/Estadão
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Carteira de Trabalho de Leandro Martins, executado durante a operação na comunidade. Foto: Fábio Motta/Estadão
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Com o suspeito detido, foram apreendidos três fuzis e duas pistolas, segundo a PM. O caso foi encaminhado à 32ª DP (Taquara). Foto: Fábio Motta/Estadão
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Enquanto policiais militares circulam com apoio de blindados, pessoas fazem barricadas incendiando lixo. Foto: Fábio Motta/Estadão
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Várias ruas da região estão interditadas. Foto: Fábio Motta/Estadão
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Moradores alegam que pessoas foram mortas durante a noite dentro da comunidade, mas até na manhã deste domingo não havia confirmação dessa informação. Foto: Fábio Motta/Estadão
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Em março deste ano, um policial militar morreu após um tiroteio na Cidade de Deus. Uma equipe de agentes da UPP instalada na comunidade teria sido ata... Foto: Fábio Motta/EstadãoMais
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Os policiais mortos são o major Rogério Melo Costa, de 36 anos, o capitão William de Freitas Schorcht, de 37, o subtenente Camilo Barbosa Carvalho, de... Foto: Fábio Motta/EstadãoMais
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O clima na favela está tenso neste domingo, 20, após a determinação da cúpula de segurança para que os policiais militares ocupassem a comunidade por ... Foto: Fábio Motta/EstadãoMais
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Em dezembro de 2015, um menino de 11 anos morreu assassinado na Cidade de Deus após tiroteio. Marcos Vinicius dos Santos foi atingido por um dos tiros... Foto: Fábio Motta/EstadãoMais
“Até às 14h deste domingo, são pelo menos 11 mortos na operação policial na Cidade de Deus, mas moradores relatam a possibilidade de que ainda existam outros”, alerta o texto da entidade.
O documento afirma ainda que outras operações policiais e disputas entre grupos criminosos resultaram em tiroteio na capital durante todo o fim de semana.
“A Anistia Internacional pede que as autoridades do Rio de Janeiro repensem urgentemente a política de segurança pública que está sendo implementada e adotem medidas urgentes para garantir que as operações policiais respeitem os direitos humanos e garantam a segurança de todas as pessoas”, declara o documento.