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Presos últimos suspeitos de integrar quadrilha de policiais

Foram detidos nesta terça-feira, 16, o major da PM Edson Alexandre Pinto de Goés e o mototaxista José Ricardo de Jesus Oliveira

Por Thaise Constancio
Atualização:
Na casa do major Edson Alexandre Pinto de Góes, coordenador de Operações da polícia do Rio, foram apreendidos R$ 287 mil Foto: Secom/Divulgação

RIO - Os dois últimos suspeitos de integrarem a quadrilha de policiais que praticava extorsões no bairro de Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro, foram presos na manhã desta terça-feira, 16. O major da Polícia Militar Edson Alexandre Pinto de Góes, que era coordenador de Operações do 14º Batalhão (Bangu), entregou-se na 1ª Delegacia de Polícia Militar Judiciária (DPJM), no Méier, zona norte da cidade. Nesta segunda-feira, 15, quando foi deflagrada a operação Amigos S/A, foram encontrados cerca de R$ 300 mil em espécie na casa do major.

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O mototaxista José Ricardo de Jesus Oliveira também foi detido nesta terça-feira na Favela Vila Aliança, na zona oeste, em ação da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança (Seseg). Único civil acusado de participar da quadrilha, ele desempenhava, segundo as investigações, o mesmo papel dos 18 praças responsáveis pelo policiamento em Bangu e que foram presos na segunda: eles seriam os responsáveis pelo recolhimento das propinas que variavam de R$ 10 a R$ 2,6 mil com periodicidades de cobrança variadas.

Com a prisão dos dois, os 25 mandados de prisão expedidos pelo juiz da 1ª Vara Cível de Bangu, Tiago Fernandes de Barros, foram cumpridos.

Na operação, também foram presos o coronel Alexandre Fontenelle Ribeiro de Oliveira da Polícia Militar e o major Carlos Alexandre de Jesus Lucas, respectivamente, comandante e subcomandante do Comando de Operações Especiais (COE) ao qual estão subordinados os batalhões de Operações Especiais (Bope), de Choque e o Grupamento Aeromarítimo (GAM), tropas de elite de PM. O major foi acusado de chefiar o grupo. Outros quatro oficiais da cúpula do 14º Batalhão também foram detidos.

De acordo com as investigações da Seseg e do Ministério Público do Rio, o esquema funcionava como uma empresa. Em vez de coibir a circulação de veículos irregulares e a venda de produtos piratas, os praças se aproveitavam da situação ilegal para exigir propinas de mototaxistas, motoristas de cooperativas de vans, comerciantes, vendedores ambulantes, empresas de ônibus e transportadoras de cargas que circulavam pela área do 14º BPM.

Os envolvidos responderão na Justiça Militar a cada uma das concussões (extorsões praticadas por servidores), apuradas às centenas pela promotoria. Responderão ainda na Justiça comum por formação de quadrilha armada (pena de até 6 anos) e serão investigados por lavagem de dinheiro. O MP pedirá indenização por danos morais à imagem do Rio e da PM.

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