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Projeto da ciclovia Tim Maia só previu onda de até 2,5m, mostra laudo

Relatório foi feito por 6 engenheiros do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio; queda de estrutura matou 2

Por Constança Rezende
Atualização:
A Avenida Niemeyer liga os bairros de São Conrado e Leblon, na zona sul do Rio Foto: Christophe Simon/AFP

RIO - O projeto da ciclovia Tim Maia só previu o impacto das ondas em até 2,5 metros de altura dos pilares da estrutura. Este foi o erro mais grave do projeto da obra, segundo o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ), Reynaldo Barros. O tabuleiro da ciclovia, que desabou com uma onda, estava a 25 metros acima do mar.

A conclusão consta de relatório elaborado por seis engenheiros do conselho, que analisaram as falhas do projeto por 30 dias. O estudo foi divulgado nesta segunda-feira, 30, na sede do Crea, no centro do Rio. O trecho da ciclovia que desabou em 21 de abril, depois de atingida por uma onda, tinha cerca de 50 metros. O acidente deixou dois mortos.

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Segundo Barros, houve falta de estudos preliminares oceanográficos dos efeitos das ondas sobre a estrutura da ciclovia. "Houve uma falha de todos órgãos, responsáveis pelo projeto e pela construção da obra, incluindo a empresa e a prefeitura. Os engenheiros também podem ser responsabilizados. Vamos abrir um processo no conselho de ética e ouvir as suas defesas", disse.

Além da falta de cálculo do impacto das ondas, segundo Barros, outro erro grave foi retirar dos itens do edital de licitação a comprovação de experiência pelas empresas licitantes no projeto executivo. O argumento para a retirada foi a de que a exigência restringiria o certame.

 
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