Protesto termina em confronto no Rio

Grupo lançou coquetéis molotov contra a polícia, que respondeu com bombas de gás; agências foram depredadas

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Por Felipe Werneck , Ronald Lincoln Jr , Tiago Rogero e Marcos de Paula
Atualização:

Atualizada às 21h47

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RIO - Enquanto torcedores chegavam ao Maracanã para acompanhar a estreia da Argentina na Copa do Mundo, no jogo contra a Bósnia, cerca de 400 manifestantes fizeram um protesto no entorno do estádio, mas foram contidos por policiais do Batalhão de Choque. Houve confronto a cerca de 1,5 km do estádio e, em outro ponto, um homem que seria policial civil ameaçou manifestantes e jornalistas com uma pistola.

Policiais do Choque usaram balas de borracha, bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo, além de spray de pimenta, para impedir a aproximação de ativistas. Na Avenida Maracanã, um grupo de manifestantes lançou quatro coquetéis molotov e um deles atingiu a barreira policial. Vidraças de três bancos foram depredadas na Vinte e Oito de Setembro.

Quando o protesto já estava no fim, sem confrontos, um grupo de três homens, aparentemente moradores da região, agrediu o manifestante Edson Rosa, que segurava um cartaz e descansava no meio-fio. Pouco antes, um homem que se identificou como policial saltou de um Fox segurando uma pistola e ameaçou manifestantes que protestavam na via e jornalistas, apontando a arma na direção deles. Ao deixar o local, ele fez três disparos para o alto de dentro do carro.

O protesto começou na Praça Saens Peña, na Tijuca, a cerca de 2 quilômetros do Maracanã. Havia muitas faixas e bandeiras contra a Fifa e a realização do Mundial. Por volta de 17h10, o grupo começou uma caminhada em direção ao estádio. As primeiras três bombas foram lançadas por PMs perto da Praça Varnhagen. Os policiais alinharam-se na frente dos ativistas e o Batalhão de Choque se colocou numa segunda linha. As bombas foram lançadas entre os manifestantes e a primeira linha de isolamento da PM. Uma dessas bombas atingiu um fotógrafo da agência Rio News, que ficou ferido no ombro, atingido por estilhaços. O fotógrafo sofreu queimaduras e ficou sangrando - ele seguiu, por conta própria, para uma Unidade de Pronto Atendimento do bairro.

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Depois disso, os manifestantes se dispersaram e houve confrontos isolados em torno do Maracanã. Os dois principais ocorreram nas esquinas da Avenida Maracanã com Rua São Francisco Xavier e do Boulevard 28 de Setembro com Rua Gonzaga Bastos. No primeiro, manifestantes jogaram quatro coquetéis molotov. Um atingiu um transformador da rede elétrica e outro chegou perto dos policiais. Os outros dois caíram em um canal e na rua. Já na 28 de Setembro, ativistas quebraram lixeiras e destruíram portas de vidro de três agências bancárias. A polícia lançou bombas e os ativistas se dispersaram.

Nesse local, Carlos Augusto Lima França, integrante de um coletivo de mídia independente, foi agredido pelo frequentador de um bar ao tentar comprar uma bebida. O coletivo de mídia Mariachi publicou em sua página no Facebook que um de seus integrantes teve fratura exposta na mão, "atingido provavelmente por uma bala de acrílico".

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