Repórter do G1 é rendido e agredido no Complexo do Alemão

Henrique Coelho, de 25 anos, apurava a falta de moradias, quando começou um tiroteio; ele foi abordado por dois suspeitos

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Por Fabio Grellet
Atualização:

Atualizada às 23h09

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RIO - O jornalista Henrique Coelho, de 25 anos, repórter do portal de notícias G1 no Rio, foi dominado e agredido por dois criminosos no início da tarde desta segunda-feira, 10, quando fazia reportagem no complexo de favelas do Alemão, na zona norte da cidade.

De acordo com o G1, Coelho apurava a falta de moradias e a invasão de áreas abandonadas. Por isso, foi até uma fábrica desativada, ocupada por invasores, no número 1.776 da Avenida Itaoca, em um trecho do complexo. Em setembro, ele já havia feito reportagem sobre essa ocupação, que envolve ao menos 2 mil pessoas. 

Ao chegar ao local, Coelho encontrou um representante da associação de moradores, que alertou que uma operação policial ocorreria minutos depois na comunidade e, por isso, não era um momento adequado para conversar sobre a ocupação.

O repórter decidiu ir embora e estava caminhando até o carro da reportagem, onde era esperado pelo motorista, quando foi abordado por dois criminosos armados e levado para dentro de um galpão. Na construção, foi agredido na cabeça e nos braços com um pedaço de pau, levou uma coronhada e teve celular e relógio roubados. 

Após 40 minutos, com a intervenção de líderes comunitários, que garantiram aos agressores que Coelho é jornalista e não policial, ele foi libertado. Com ferimentos leves na cabeça e nos braços, o repórter foi atendido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da comunidade Nova Brasília (uma das favelas do Alemão) e depois prestou depoimento à Polícia Civil. Ele passa bem.

Tim Lopes. Foi no mesmo conjunto de favelas que o jornalista Tim Lopes, então repórter da TV Globo, foi torturado e morto, em junho de 2002. Ele fazia uma reportagem sobre exploração sexual infantil na Favela da Grota, que também integra o Alemão, quando foi dominado, agredido e morto por traficantes de drogas.

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O corpo do jornalista foi encontrado na área conhecida como Pedra do Sapo. Os acusados pela morte foram presos e condenados.

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