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Salgueiro e Mocidade empolgam no 1º dia de desfiles no Rio

Vermelha e branca trouxe sabor da comida mineira para a Marquês de Sapucaí; Mocidade apresentou carnaval de Paulo Barros

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Por Redação
Atualização:

RIO - Em uma noite marcada por uma forte chuva e problemas no sistema de som da Marquês de Sapucaí, Mocidade Independente e Salgueiro conquistaram o público na primeira parte dos desfiles do Grupo Especial do carnaval carioca. Pela Mocidade, o carnavalesco Paulo Barros estreou com alegorias criativas e efeitos especiais para narrar as 24 horas derradeiras da humanidade. Já o Salgueiro trouxe um samba de empolgação e fantasias suntuosas a fim de contar segredos da culinária de Minas Gerais.


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Última a desfilar, já na manhã desta segunda-feira, 16, a Grande Rio se exibiu com alegria, irreverência e muita graça. A escola optou por brincar com as cartas do baralho, em um enredo apresentado com muita leveza. O ponto alto ficou por conta da comissão de frente, com várias coreografias que retratavam o embaralhar das cartas e no qual algumas bailarinas ‘perdiam’ a cabeça e só deixavam à mostra as pernas.



A escola de Caxias, na Baixada Fluminense, já foi vice-campeã três vezes e busca seu primeiro campeonato. Ela é a agremiação que mais reúne artistas de TV e desta vez não foi diferente, a começar pela rainha de bateria, Susana Vieira.


Viradouro, Mangueira e Vila Isabel decepcionaram e estão distantes da disputa do título. As duas primeiras sofreram bastante com os efeitos do temporal. Fantasias da Mangueira foram danificadas e a escola não conseguiu fazer um desfile à altura do enredo, que homenageava as mulheres brasileiras e, notadamente, mangueirenses históricas, como Dona Zica (que foi casada com Cartola) e Dona Neuma (filha do primeiro presidente da escola).



Em seu retorno ao Grupo Especial, a Viradouro narrou modestamente a trajetória do negro no Brasil e vai torcer para não cair novamente.



Já a Vila, 10ª colocada em 2014, também deixou a desejar com um samba fraco, fantasias acanhadas e erros de acabamento nos carros alegóricos. A escola homenageava os maestros, a partir de uma deferência a Isaac Karabtchevsky.

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Destaques. A Mocidade investiu num enredo autoral, sobre as 24 horas restantes da humanidade, até o fim do mundo, com uma indagação: “o que você faria se só te (sic) restasse um dia?” Com três títulos do carnaval do Rio nos últimos seis anos, Paulo Barros voltou a apostar em alegorias que se enriqueciam graças a coreografias encaixadas no enredo.


Havia, no entanto, a expectativa de que ele surpreendesse e causasse frisson na Sapucaí, o que não ocorreu. A alegoria que mais despertou atenção foi a de homens e mulheres que se despiam na avenida para satisfazer o desejo de ficar nu publicamente na véspera do fim do mundo. Somente as partes íntimas ficaram cobertas.


“Quando você anuncia que o mundo vai acabar, acaba com todos os limites, regras e tabus”, disse Paulo Barros, ao fim do desfile.



O Salgueiro inovou na comissão de frente com uma manta de LED que representava uma pepita de ouro e projetava imagens em 3D. Arrancou aplausos. Para ‘viajar’ pela gastronomia de Minas Gerais, apostou no luxo dos carros alegóricos e das fantasias. Tecnicamente, pareceu perfeito.


A escola ficou em segundo lugar em 2014, perdeu para a Unidos da Tijuca por apenas um décimo. Desta vez, arrecadou R$ 10 milhões para ganhar o título. O casal de carnavalescos Renato e Marcia Lage preferiu um enredo de fácil entendimento e a resposta veio das arquibancadas.


Em outro momento de arrebatamento do público, os atores Alexandre Nero, Leandra Leal e Lília Cabral, da novela “Império”, da TV Globo, sambavam do alto de uma alegoria, em torno de um império de pedras preciosas, e representavam o diamante. O trio foi ovacionado a maior parte do tempo.



Para a rainha de bateria, Viviane Araújo, o desfile do Salgueiro “foi maravilhoso e perfeito.” Aos 39 anos, ela demonstrou desenvoltura e disposição e recebeu elogios de dezenas de foliões. Viviane disse que a idade não é obstáculo e adiantou que vai se preparar para o desfile das campeãs, no sábado. “Estou melhor hoje do que há 20 anos.”

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