Série de falhas em obras da prefeitura do Rio marca década

Estádio olímpico do Engenhão, Vila do Pan e BRT Transoeste apresentaram problemas

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Por Roberta Pennafort
Atualização:
Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão, na zona norte do Rio Foto: Divulgação

RIO - O desabamento de parte da Ciclovia Tim Maia se soma a uma série de problemas em obras da prefeitura do Rio na última década. Construído para ser “o mais moderno da América Latina”, o Estádio Olímpico do Engenhão, no bairro do Engenho Novo, zona norte do Rio, finalizado em 2007 para os Jogos Pan Americanos daquele ano, ficou fechado por 23 meses, entre 2013 e 2015, por problemas estruturais em sua cobertura. 

Primeira obra do Pan, o estádio, que receberá provas de atletismo nos Jogos Olímpicos, em agosto, foi orçado em R$ 60 milhões, mas seu custo ao final alcançou os R$ 380 milhões. Em junho de 2013, a prefeitura anunciou que a cobertura teria de passar por um reforço estrutural imediato, pois um erro de projeto poderia causar um desabamento. Os custos ficaram com os consórcios Delta/Racional/Recoma e OAS/Odebrecht, cada um responsável por uma fase das obras.

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Também construída para os jogos de 2007, a Vila do Pan, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, que abrigou atletas de 42 países e depois teve as unidades residenciais comercializadas, sofreu com afundamento de solo antes mesmo do início das competições. A vila, um condomínio de 17 prédios, com 1.480 apartamentos, a cargo da construtora Agenco, foi erguida em uma extensa área arenosa, e dois trechos longos do terreno cederam, formando crateras imensas. Lajes e estacas foram destruídas com isso. 

BRT. Obra olímpica, o BRT Transoeste, corredor exclusivo de ônibus, também apresenta falhas. Inaugurado em 2012, com 52 quilômetros de extensão, entre Campo Grande e o Terminal Alvorada, na zona oeste, a pista de tráfego rápido logo apresentou sinais de que não suportaria a grande quantidade de veículos lotados esperada. 

Surgiram buracos e ondulações e também falhas nas faixas divisórias entre o corredor exclusivo de ônibus e as que servem aos demais veículos. Análise de especialistas mostrou que o material usado na pavimentação não era adequado ao peso dos veículos e às altas temperaturas do Rio. 

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