Polícia conclui inquérito e indicia sete no caso de estupro coletivo no Rio

Para a delegada Cristiana Onorato Bento, cinco pessoas participaram do estupro e duas divulgaram nas redes as imagens da jovem, desacordada, sendo abusada

PUBLICIDADE

Por Constança Rezende
Atualização:

RIO - A Polícia Civil decidiu indiciar nesta sexta-feira, 17, cinco acusados pelo crime de estupro a uma jovem de 16 anos, no dia 21 de maio, na zona oeste do Rio de Janeiro. Outros dois homens são acusados pela divulgação de imagens da menor sendo abusada sexualmente. Esta foi a conclusão do inquérito, apresentada nesta sexta-feira, 17, pela delegada Cristiana Onorato Bento, titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV).

Foram indiciados pelo crime de estupro Raí de Souza, de 22 anos, Raphael Belo, de 41, e os traficantes Moisés Camilo Lucena, o Canário, o chefe do tráfico do Morro da Barão, onde a jovem foi estuprada, Sérgio Luiz da Silva Júnior, o Da Russa, e o adolescente de 17 anos conhecido como Perninha.

PUBLICIDADE

Raí e Perninha também serão acusados de produzir e transmitir os vídeos com as imagens da adolescente nua, desacordada e sendo manipulada. Já Marcelo Miranda da Cruz Corrêa, de 18 anos, e Michel Brasil da Silva, 20, que não participaram do estupro, serão acusados pela divulgação dos vídeos e imagens nas redes sociais.

A pena máxima para o crime de estupro é de 15 anos. Produzir as imagens, oito e, transmiti-las, seis. Canário, Da Russa, Marcelo e Michel estão foragidos. Raí e Raphael estão presos temporariamente. O primeiro desde o dia 30 de maio. O segundo desde o dia 1º deste mês.

Segundo Cristiana, será aberto um segundo inquérito para investigar outros possíveis acusados de participar do estupro coletivo, mas considerou "pouco provável" este número chegar a 33, como relatado pela vítima no primeiro depoimento à polícia.

"A polícia de baseia em provas materiais e só as encontramos, até o momento, contra estes que foram indiciados. Espero que a Justiça estabeleça penas exemplares. Este crime vai entrar para história e ajudar a acabar com a cultura do estupro, principalmente nas comunidades, onde os criminosos não têm a noção de que isto configura crime", disse.

Em depoimento à Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) da Polícia Civil,a adolescente de 16 anos disse que não conhecia nenhum dos agressores Foto: Wilton Junior/Estadão
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.