'Sua voz ecoará em nós': artistas lamentam morte da vereadora Marielle Franco

É assim que terminam as pessoas que lutam por justiça neste país?', questionou a apresentadora Monica Iozzi; Caetano Veloso postou canção em homenagem a Marielle

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Por Redação
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SÃO PAULO - A morte da vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL), de 38 anos, causou comoção nas redes sociais desde a noite de quarta-feira, 14. Militante do movimento negro e de direitos humanos, ela foi assassinada a tiros dentro de um carro na região central carioca, quando voltava para casa. O motorista do veículo, Anderson Pedro Gomes, também foi morto. 

Bandeiras. Nascida na Maré, lutava contra o racismo e pelos direitos das mulheres Foto: Mário Vasconcellos/CMRJ

O músico Caetano Veloso divulgou um vídeo em que interpreta sua canção Estou Triste, do álbum Abraçaço. Na legenda, o compositor utilizou a hashtag #LutoPorMarielle, replicada nas redes sociais, e colocou um trecho da música: "Sinto o peito vazio e ainda assim farto/ Estou triste, tão triste/ E o lugar mais frio do rio é o meu quarto".

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Já a sambista Teresa Cristina se solidarizou com a família da vereadora. "Difícil pensar alguma coisa nesse momento de tanta dor. Que os familiares de Marielle Franco encontrem algum conforto diante de tamanha brutalidade", escreveu.

A também cantora Elza Soares, por sua vez, postou uma fotografia de Marielle em preto e branco e escreveu: "Das poucas vezes que me falta a voz. Chocada. Horrorizada... Toda morte me mata um pouco. Dessa forma me mata mais. Mulher, negra, ativista, defensora dos direitos humanos. Marielle Franco, sua voz ecoará em nós. Gritemos!"

Também pelo Instagram, a atriz Camila Pitanga postou uma foto de Marielle. "Vamos transformar a nossa dor na luta que ela travava! Apesar do medo, vamos adiante!", disse.

Um dos relatos mais emocionados foi da cantora MC Carol, também do Rio, que relatou estar entre a raiva e o medo. "Alguma coisa me dava força e esperança lá no fundo, algo me dizia que eu tinha que fazer, que eu tinha que gritar e falar mesmo, que eu podia, mas hoje eu tenho certeza que nada te proteje independente de quem você seja, se você for negro e lutar pelos negros, você sempre acaba executado", diz. 

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Já o apresentador Luciano Huck chamou a morte da vereadora de "terrorismo". "O mínimo que esperamos das autoridades do Estado é que os assassinos e seus mandantes sejam rapidamente identificados e punidos. Uma parlamentar, no pleno exercício do seu mandato, independentemente da sua ideologia, é uma representante do povo", disse.

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Já a atriz Juliana Alves chamou a vereadora de "inspiração e referência", além de "uma importante voz das mulheres negras". "Mas vamos seguir na luta! Não vão nos calar! Não vão nos intimidar! Vamos nos multiplicar", completou.

A cantora Karol Conka também se manifestou pelas redes sociais: "Que suas almas encontrem a luz e que a força cresça em cada um de nós pois, vivemos num mundo adoecido e não será fácil concluir nossas missões!"

"É assim que terminam as pessoas que lutam por justiça neste país?", questionou pelo Instagram a apresentadora Monica Iozzi. "Estava vereadora no Rio de Janeiro. Eu a conhecia. Ela lutava pela paz, por oportunidades iguais para todos", escreveu.

Pelo Twitter, o cantor Emicida também lamentou a morte da vereadora. "Marielle Franco descanse em paz guerreira. (e assim nossas esperanças se despedaçam a cada dia que passa, muito triste)", postou. Já a atriz Debora Bloch chamou seus seguidores para comparecer ao velório de Marielle e escreveu: "Estaremos juntos nas homenagens e na luta por justiça!"

A atriz Nathalia Dill postou fotografias que fez de Marielle em um evento. "Fiz esses registros quando a vi falar pessoalmente pela primeira vez. Nunca imaginaria que seria a última. Quando ela estava saindo, a francesa, deu meia volta pra se despedir de mim, me chamou pelo meu nome, fiquei toda boba", escreveu.  

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No Instagram, o autor de novelas Walcyr Carrasco também demonstrou indignação. "Como podemos permitir mortes como esta no país? Como entramos nessa guerra sem sentido?", escreveu. Questionamento semelhante foi feito pela atriz Gloria Pires: “Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?”

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