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Taxistas depredam stand do Uber no aeroporto Santos Dumont

Invasores estavam com pedaços de pau na mão; PMs dispersaram o grupo com o uso de spray de pimenta

Por Constança Rezende
Atualização:
Local onde fica o stand do Uber no aeroporto após a depredação Foto: Fábio Motta/Estadão

RIO - Taxistas depredaram o stand da Uber no Aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio, na tarde desta terça-feira, 29. Segundo testemunhas, cerca de 100 manifestantes quebraram duas televisões de 50 polegadas, dois frigobares e um banco utilizado para clientes esperarem os motoristas.

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O ataque ocorreu por volta das 13h. Três carros do Uber também foram depredados. O serviço do aplicativo ficou interrompido no aeroporto por quase três horas, por medida de segurança.

Os invasores estavam com pedaços de pau na mão. Policiais militares dispersaram os taxistas com o uso de spray de pimenta. Homens no Batalhão de Choque também foram chamados para conter a confusão.

Pelo menos doze funcionários do Uber e vinte clientes estavam no stand e foram hostilizados pelos taxistas. Vídeos gravados por testemunhas mostram os invasores gritando palavras de ordem e depredando o stand. Não houve, porém, agressão física, e ninguém foi preso pela polícia.

O stand do Uber foi montado no shopping do aeroporto em junho, para a Olimpíada e funciona como local de espera para clientes, com tomadas, wi-fi e água. Fica aberto das 8h às 23 horas.

Na hora da confusão, motoristas do Uber que estavam no local fugiram com medo de serem agredidos. Eles disseram que haviam sido ameaçados no aeroporto.

"Os taxistas sempre passam e falam alguma gracinha para gente. Também falam para os passageiros não pegarem Uber", disse um motorista do aplicativo.

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A aposentada Thereza Balassiano, de 65 anos, chegou de São Paulo depois da confusão e não conseguiu chamar o Uber. "Não entendi nada porque em São Paulo o serviço está normal. Prefiro pegar Uber a táxi, porque me pegam na porta de casa na hora que eu quero", disse, instantes antes de sair de perto do stand, com medo, depois que ouviu gritos.

Repúdio. Por meio de nota, o Uber declarou que "considera inaceitável o uso de violência. Acreditamos que qualquer conflito deve ser administrado pelo debate de ideias entre todas as partes. Todo cidadão tem o direito de escolher como quer se movimentar pela cidade, assim como o direito de trabalhar honestamente".

Já a direção do shopping Bossa Nova Mall informou que acionou a polícia para reforçar a segurança no local. "A situação já está sob controle e o shopping opera normalmente", disse. 

Na véspera, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) sancionou lei banindo o Uber da cidade. O ato, porém, foi inócuo: o aplicativo apóia-se em decisões judiciais para seguir operando.

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