Atualizada às 21h20
Embora a bala que matou Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, não tenha sido encontrada durante a perícia no local, o exame feito pelo Instituto Médico-Legal (IML) concluiu que o disparo partiu de um fuzil, arma usada pela equipe de PMs que, na hora do crime, patrulhava a região do Areal, no Complexo do Alemão, zona norte do Rio.
A informação foi passada ao delegado Rivaldo Barbosa, titular da Divisão de Homicídios da Polícia Civil, responsável pela investigação. Eduardo foi morto na tarde de quinta-feira, 2, na escada na frente da casa onde morava com irmãos e os pais.
A certeza dos legistas de que o tiro veio de fuzil se deve ao dano na cabeça da criança. Peritos recolheram amostras de ossos, sangue e massa encefálica a até 3 metros de distância do corpo da vítima, impacto característico de projétil de fuzil.
Integrantes da quadrilha radicada no complexo também usaram fuzis. Mas a principal suspeita recai sobre os policiais que passavam pelo Areal quando Eduardo foi morto.
Informações do inquérito da Polícia Civil e do Inquérito Policial Militar (IPM) não vêm sendo divulgadas. Os oito policiais que integravam a patrulha já foram interrogados pela Corregedoria da PM. Dois deles admitiram ter disparado fuzis no período em que o menino foi morto e disseram que houve tiroteio com criminosos perto do horário do crime.
Um desse policiais é considerado o principal suspeito pelos investigadores. Após prestar depoimento no dia seguinte à morte, o soldado, lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Alemão, sofreu crise nervosa. De licença médica, não foi ao segundo depoimento, na última segunda-feira.
Na semana que vem, o delegado deverá comandar a reconstituição da morte do menino. Ele aguarda a volta dos pais, que foram enterrá-lo no Piauí.