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Italianos

Os primórdios dos retratos em São Paulo estão diretamente ligados a um povo que também marcou a formação da identidade paulistana. De acordo com o pesquisador Boris Kossoy, na década de 1910 havia 34 estúdios fotográficos funcionando na capital paulista. Italianos, como Giovanni Sarracino, cujo estúdio ficava na Rua 15 de Novembro, nº 20, Michele Rizzo, na Rua Direita, 10C e depois 55, e Oreste Cilento, que trabalhava na Avenida Rangel Pestana, 116, representavam metade desse mercado.

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Por Redação
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 Foto: Estadão
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O retrato de Sarracino e a imagem do interior de seu ateliê pertencem ao livro Il Brasile e gli italiani, publicado em abril de 1906 pelo jornal Fanfulla, da colônia italiana de São Paulo. Observe o monte de objetos da cena. Eles serviam para compor as diferentes fotos, de acordo com o perfil do cliente. Quem gostava de música, por exemplo, podia se sentar ao piano e fingir tocar. As plantas e animais remetiam a cenários de florestas.

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As imagens acima mostram o ateliê de outro italiano em São Paulo - Oreste Cilento. A de cima retrata a sala de espera, a de baixo o estúdio. E, mais uma vez, trazem uma parafernália de objetos. Repare nas imensas claraboias da foto de baixo. Antes dos flashes, elas eram essenciais para fazer a foto, já que permitiam a entrada da luz natural. No post Nos Estúdios, há mais informações sobre as primeiras décadas de funcionamento dos estúdios fotográficos.

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Os versos das fotos também eram importantes para identificar o estúdio fotográfico onde a imagem foi tirada. Suas letras e desenhos eram cuidadosamente desenhados, como se pode ver nos exemplares de Michele Rizzo (acima) e do mesmo Oreste Cilento, cujo "Estabelecimento Photographico" funcionava na Avenida Rangel Pestana, 116, em São Paulo, e não deixou nem sequer de ilustrar o prédio onde eram feitos os retratos.

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