O retrato de Sarracino e a imagem do interior de seu ateliê pertencem ao livro Il Brasile e gli italiani, publicado em abril de 1906 pelo jornal Fanfulla, da colônia italiana de São Paulo. Observe o monte de objetos da cena. Eles serviam para compor as diferentes fotos, de acordo com o perfil do cliente. Quem gostava de música, por exemplo, podia se sentar ao piano e fingir tocar. As plantas e animais remetiam a cenários de florestas.
As imagens acima mostram o ateliê de outro italiano em São Paulo - Oreste Cilento. A de cima retrata a sala de espera, a de baixo o estúdio. E, mais uma vez, trazem uma parafernália de objetos. Repare nas imensas claraboias da foto de baixo. Antes dos flashes, elas eram essenciais para fazer a foto, já que permitiam a entrada da luz natural. No post Nos Estúdios, há mais informações sobre as primeiras décadas de funcionamento dos estúdios fotográficos.
Os versos das fotos também eram importantes para identificar o estúdio fotográfico onde a imagem foi tirada. Suas letras e desenhos eram cuidadosamente desenhados, como se pode ver nos exemplares de Michele Rizzo (acima) e do mesmo Oreste Cilento, cujo "Estabelecimento Photographico" funcionava na Avenida Rangel Pestana, 116, em São Paulo, e não deixou nem sequer de ilustrar o prédio onde eram feitos os retratos.