Lizbeth Batista
11 de maio de 2011 | 08h25
Mesmo nos dias de hoje, por mais avançado que seja o processo de extração dentária, a experiência de se arrancar um dente está muito longe de ser agradável.
Constatar como o processo se dava, há cem anos, pode ser um consolo.
Na sessão Coisas da Sciencia, do Estado de 11 de maio de 1911, uma nota chama atenção. Fala sobre o processo adotado pelos japoneses para arrancar dentes.
Quinta-feira, 11 de maio de 1911
A técnica empregada pelos japoneses dispensava utensílios. Inteiramente manual, ela consistia em força e destreza.
O “arrancador de dentes”, após treinar em orifícios de madeira com pinos que imitavam dentes, obtinha um certificado para exercer o ofício, que, como a nota esclarecia, era diferente de um tratamento em um dentista, “que é arte um pouco mais complicada”.
A nota não faz menção ao uso de anestesia.
O que,nesse período, poderia significar a utilização de diversas substâncias entorpecentes.
No final do século XIX e início do XX, dentistas relatavam os sucessos de novas drogas anestésicas.
A cocaína era largamente utilizada, e era a preferida para anestesia local. O óxido nitroso – gás hilariante – também foi muito utilizado nos consultórios.
A Província de São Paulo, 08/09/1885
Até a constatação do efeito de dependência causado por essa substância, e a criação de leis proibitivas na década de 20, a odontologia e as mais diferentes áreas médicas lançaram mão de drogas, hoje consideradas ilícitas.
Pesquisa e Texto: Liz Batista
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