Assim como outros grandes jornais da época, o Estado acompanhou o julgamento dos camorristas implicados nos assassinatos de Genaro Cuocolo, e de sua esposa, Maria Cutinelli Cuocolo. As vítimas também eram integrantes da famosa organização mafiosa de Nápoles, a Camorra.
A foto do julgamento, com os réus enjaulados, era o grande destaque da edição de cem anos atrás.
O caso Cuocolo despertou grande interesse. Telegramas freqüentes chegavam da Itália, trazendo novas informações sobre o caso. O jornal cobriu todo o processo crime, da acusação até o veredicto do julgamento, que levou à condenação 27 membros da Camorra, em 1912.
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O Estado de S.Paulo 06/04/1911
Os crimes foram cometidos em 1906, mas seu processo foi longo. Os tramites legais e as investigações, que revelavam cada vez mais novos envolvidos no caso, atrasaram o início do julgamento para 1911.
Suspeitas sobre o envolvimento de membros do judiciário de Nápoles com a Camorra levantaram dúvidas sobre a legitimidade de um julgamento realizado naquela jurisdição.O julgamento, então, foi transferido para a Corte de Assise, em Viterbo.
Sem precedentes, o Julgamento de Viterbo teve 47 réus e 600 testemunhas , e foi o primeiro julgamento em massa realizado na Itália. Os acusados além de responder por seus crimes individualmente, responderam por associação com uma organização criminosa.
Pesquisa e Texto: Lizbeth BatistaSiga o Arquivo Estadão: Twitter@arquivo_estadao e Facebook/arquivoestadao