O Estado publicava na sua capa a declaração de guerra da Itália à Turquia.
As correspondências trocadas entre o Reino da Itália e o Império Otomano deixavam clara a intenção italiana intervir militarmente nas regiões da Tripolitânia e de Cyrenaica, territórios que correspondem atualmente à Líbia.
A nota explicava o ponto de vista italiano e enumerava os motivos para sua ação militar.
Sabbado, 30 de setembro de 1911
Como todas as intervenções conduzidas por potências européias na África no começo do século XX, a Itália justificava sua ação através da sua proposta civilizatória, que o texto da nota afirmava não só ser necessária, como também urgente.
A Itália afirmava que "apesar do procedimento observado pelo governo italiano, que sempre lealmente concedeu o seu apio ao governo ottomano em diversas questões políticas, ainda nos últimos tempos; apesar da moderação e paciência de que o governo italiano deu até agora provas, não só os seus intuitos em relação á Tripolitania foram desconhecidos pelo governo imperial, como, peor ainda, todas as iniciativas italianas naquellas regiões encontraram sempre a mais obstinada e injustificada". Apontava também as crescentes tensões na região como constituíam "perigo imminente não só para os italianos como para os estrangeiros de todas as nacionalidades, que, justamente receiosos e preocupados de sua segurança, começam a embarcar, deixando da Tripolitania."
A resposta da Turquia ao "ultimatum" refletia a relutância do governo otomano em envolver-se num conflito armado contra a Itália por territórios no norte da África.
Enquanto a mensagem italiana não deixava espaço para negociações.
Seu trecho final deixava clara a iminência da guerra.
Pesquisa e texto: Lizbeth Batista
Siga o Arquivo Estadão: Twitter@arquivo_estadao e Facebook/arquivoestadao