A chegada de ciganos a São Paulo era uma das notícias no Estado de 22 de feverreiro de 1911. O texto publicado na época classificava o grupo como "bando", refletindo o preconceito da sociedade contra integrantes do grupo étnico.
Em 1911 a entrada de ciganos no país estava proibida. As imigrações fomentadas pelo Estado Brasileiro, no início do século XX, buscava por braços europeus, principalmente italianos e espanhóis.
Ciganos não eram considerados imigrantes atraentes para o governo brasileiro.
Quase um século depois, a situação pouco mudou. "Em geral as políticas, regionais e locais para os ciganos no Brasil são caracterizados pela força e coerção. Muitas vezes imposta por ambas as polícias, civil e militar", diz um estudo de 2003 sobre condições de vida dos ciganos na América Latina, desenvolvido pela Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas.
Com a segunda maior população cigana do mundo, perdendo apenas para a Romênia, o Brasil é o único país que teve em sua presidência um descendente de ciganos: Jucelino Kubitschek (sua mãe descendia de ciganos tchecos). Estima-seque entre 678 mil e 1 milhão de ciganos vivam no país.
Ativistas pelos direitos dos ciganos tem entre suas reivindicações o reconhecimento da cidadania, acesso à saúde e educação. A inclusão da opção "cigano" no formulário do censo do IBGE está entre suas principaisdemandas.
Pesquisa e texto: Lizbeth BatistaSiga o Arquivo Estadão: twitter@estadaoarquivo e facebook/arquivoestadao