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Os problemas de São Paulo em discussão

Baixas temperaturas intensificam preocupação com moradores de rua

Frio mais intenso atinge São Paulo a partir de sexta-feira, segundo a Climatempo; quando as temperaturas ficam abaixo de 13º graus, as equipes da prefeitura são orientadas a redobrar a atenção para atender as pessoas em situação de rua

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Por Renata Okumura
Atualização:

SÃO PAULO - Nos dias mais frios, não é incomum observar vários moradores de rua encolhidos até mesmo em passarelas de estações do Metrô e terminais de ônibus ou embaixo de pontes e viadutos. A cada ano, dependendo da intensidade do frio, a preocupação aumenta.

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Segundo a Climatempo, o frio chega com mais força em São Paulo, Cuiabá, Rio de Janeiro e Belo Horizonte a partir desta sexta-feira, 24. Na capital paulista, a mínima será de 14ºC e a máxima de 22ºC. No fim de semana, a temperatura oscila entre 10ºC e 22ºC.

Na quinta-feira, 23, a temperatura também caiu fortemente em Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba e Campo Grande.

"Uma nova massa de ar frio, de forte intensidade, chega ao Brasil  e tem potencial para provocar temperaturas mais baixas do que as observadas na semana passada", destacou a Climatempo.

Temperaturas abaixo dos 10°C poderão ocorrer no fim de semana em algumas regiões do interior paulista.

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"Alguns moradores de rua fazem fogueiras para se protegerem do frio, mas dependendo do local é perigoso. Já vi embaixo de viadutos, na zona leste. Outros moradores de rua também resistem para ir para abrigo porque têm animais de estimação. Nem todos aceitam. É muito triste alguém morrer porque passou frio nas ruas", disse a estudante Simone Oliveira que participa de ações voluntárias.

A prefeitura informa que durante a época de baixas temperaturas, principalmente quando as temperaturas ficam abaixo de 13º graus, as equipes são orientadas a redobrar a atenção para atender as pessoas em situação de rua e ofertar acolhimento.

Baixas Temperaturas

O plano de contingência da prefeitura paulistana segue até 20 de setembro, e será reforçada sempre que a temperatura atingir o patamar igual ou inferior a 13ºC, ou sensação térmica equivalente.

"Neste período, os trabalhos serão intensificados na rede de abordagem e atendimento à população em situação de rua", destacou em nota.

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A equipe de orientadores socioeducativos oferece encaminhamento e acolhimento das pessoas para locais protegidos do frio. Atualmente, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento (SMADS) tem 148 serviços para população em situação de rua e aproximadamente 22 mil vagas, sendo 18.411 de acolhimento.

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A rede também conta com 128 Serviços de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes (SAICAs), que juntas disponibilizam 2.335 vagas.

Entre os equipamentos disponibilizados estão os Centros de Acolhida, Centros Temporários de Acolhimento (CTA), unidades de Atendimento Diário Emergencial (ATENDE), Núcleos de Convivência, Repúblicas, Serviços de Abordagem, além de bagageiro e projetos especiais Autonomia em Foco e Família em Foco, entre outros.

Qualquer munícipe que observar uma pessoa em situação de rua pode procurar a Coordenadoria de Pronto Atendimento Social (CPAS), que funciona 24 horas por dia, e pode ser acionada por meio da Central 156.

O pedido pode ser anônimo, mas é importante ter as seguintes informações para facilitar a identificação:

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  • Endereço da via em que a pessoa em situação de rua está (o número pode ser aproximado)
  • Citar pontos de referência
  • Características físicas e detalhes das vestimentas da pessoa a ser abordada

Campanha do Agasalho do Governo do Estado de São Paulo

Além de ações organizadas por empresas e estabelecimentos comerciais, o Governo do Estado de São Paulo também lançou a Campanha do Agasalho 2019. O objetivo é arrecadar 50 mil cobertores e 250 mil peças de roupas. Os locais de doação estão no site.

Moradores de rua no Tatuapé, na zona leste de SP. Foto: Renata Okumura/ Estadão

RELEMBRE: Há doze anos, André, que preferiu não divulgar o sobrenome e a idade, enfrenta o rigoroso inverno na cidade de São Paulo. "A gente usa cobertores para montar a barraca e assim entra menos vento. A gente tem travesseiros e colchão. Tem um sofá que ajuda a fazer a barraca", descreveu.

Pelo menos, mais cinco pessoas e dois cachorros, Pantera e Xuxa, moram com o André embaixo da passarela do metrô Tatuapé, na zona leste da cidade. Ao lado das barracas improvisadas e presas com algumas caixas de plástico, tem o colchão dos animais e também vasilhas para ração e água. "Elas comem bem. Ganham de moradores. Os cachorros são nossos verdadeiros amigos. A Xuxa está há dez anos comigo", afirmou.

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