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Os problemas de São Paulo em discussão

Metroviários suspendem greve nesta manhã, mas passageiros relatam 'operação tartaruga'

Categoria informa que vai se reunir ainda nesta terça com o Metrô para discutir propostas; nova assembleia está marcada para quinta-feira

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Por Renata Okumura
Atualização:

SÃO PAULO - Os trens da Linha 3- Vermelha da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) funcionam com maior intervalo de tempo nas estações na manhã desta terça-feira, 5, em razão de estado de paralisação dos metroviários.

Vagões lotados na manhã desta terça-feira Foto: Renata Okumura/ Estadão

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Após assembleia na noite de segunda-feira, 4, o sindicato da categoria decidiu suspender a greve geral que estava programada para esta terça-feira.

Depois dos transtornos no sistema de transporte público provocados pela chuva na manhã de segunda-feira, receio nesta terça-feira em razão de mobilização de greve.

"É muito ruim ficar dentro do metrô lotado. Sempre que chove é o mesmo transtorno. Além de melhorias por parte do governo para que o trem não pare sempre que chover, acho que falta respeito por parte dos passageiros. Entendo que todos ficam cansados, mas nesta segunda, ouvi criança chorando dentro do vagão e ninguém se quer ofereceu um assento para ela e a mãe. É muito triste também", comentou a passageira Márcia Pires que estava em pé no vagão e acompanhou de longe a cena. Segundo ela, mesmo sem chuva, é um cenário que se repete constantemente.

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Chuva também provoca transtornos no Metrô. Foto: Renata Okumura/ Estadão

Embora o Metrô tenha divulgado no site que o funcionamento estava normal, passageiros observaram que os trens estavam demorando para sair da estação Corinthians- Itaquera no sentido da estação Palmeiras- Barra Funda, por volta das 8 horas desta terça-feira. Também ficaram mais tempo em algumas estações.

"Entendo que é direito do funcionário exigir seus direitos, mas é muito complicado para os trabalhadores que dependem todos os dias do metrô", afirmou o contador Cléber dos Santos.

O Sindicato dos Metroviários de São Paulo divulgou na noite desta segunda-feira, após assembleia, uma nota informando suspensão da greve geral que estava programada para terça-feira.

Também foi votada a continuidade da mobilização, com a retirada de uniforme e uso do adesivo.

Nova reunião foi marcada para a manhã desta terça-feira na sede do Metrô para discutir ainda temas como a rejeição das propostas de nova escala de trabalho e aumento da jornada, de acordo com informações do sindicato.

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Em nota, os metroviários reforçam campanha salarial, insatisfação com a privatização e a terceirização das bilheterias. Também pedem a readmissão do operador Joaquim José, que foi demitido após descumprir procedimento orientado pelo Centro de Controle de Operações (CCO) do Metrô e danificar um equipamento de via próximo à estação Jabaquara por volta de 7h30 do dia 22 de janeiro.

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Os metroviários seguem mobilizados e uma nova assembleia irá ocorrer na próxima quinta-feira, 7, no Sindicato.

Em nota, o Metrô lamenta a decisão do Sindicato dos Metroviários de ameaçar uma greve de cunho unicamente político-ideológico e lembra que mantém canal de diálogo constantemente aberto com o Sindicato dos Metroviários.

"Sobre a pauta da entidade, não há privatização no Metrô. Concessão e privatização são temas que não se confundem. A concessão é um modelo de parceria com a iniciativa privada em que o poder público continua sendo o único dono do ativo concedido. A experiência tem se mostrado favorável tanto na Linha 4- Amarela quanto na Linha 5- Lilás", destacou a nota.

Já a terceirização das bilheterias permite que os metroviários atuem em atividades próprias de suas funções contratuais como Operador de Transporte Metroviário (OTM), segundo a entidade. "Isso proporciona melhor aproveitamento desse efetivo nas demais funções do cargo que ocupam, que não se limita à venda de bilhetes. Este processo não resulta em demissões, muito pelo contrário", reforçou.

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Outros assuntos como a escala 4x1x4x3 noturna estão sendo objetos de diálogos constantes entre o Metrô e o Sindicato.

O Metrô reitera que está cumprindo todos os compromissos assumidos na Campanha Salarial 2018/19 e dando o devido andamento às pendências.

Estação Sé Foto: Renata Okumura

DESRESPEITO AOS PREFERENCIAISApesar de placas e cartazes indicando que o acesso no horário de pico no primeiro vagão é reservado para passageiros preferenciais, é muito comum observar pessoas que não precisam fazendo uso deste direito. Não existe uma lei que determine isso, mas o respeito deveria prevalecer.

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